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As 15 famílias da Vila Becker que estavam desalojadas desde a noite de segunda-feira por causa do vazamento do Terminal Público de Álcool do Porto de Paranaguá devem retornar hoje, às 16 horas, para suas casas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ontem já não havia mais resquícios do combustível na área. Entretanto, por precaução, o prazo para que os moradores pudessem voltar foi estendido. "Optamos por dar um prazo maior para que o menor resíduo de álcool se vaporize de uma vez", informa o capitão Jonas Emmanuel Pinto. Sete bombeiros e um caminhão de incêndio permaneceram de plantão no terminal até as 22 horas de ontem.

Temendo terem as casas saqueadas, muitas famílias passaram a noite na rua. A família da dona de casa Joelma Silva, 31 anos, cuja casa fica a cerca de 30 metros dos tanques de combustível, foi uma delas. Enquanto as filhas foram para a casa de uma tia, Joelma e o marido permaneceram nas proximidades. Ontem, a filha mais nova, de apenas um mês de vida, foi encaminhada ao posto médico com sintomas de intoxicação por conta do contato com o etanol. "Depois de cheirar o álcool, ela teve crise de bronquite. Ficou sufocada e também vomitou bastante", afirma Joelma. Outras três pessoas foram encaminhadas pela Defesa Civil para atendimento médico com sintomas de intoxicação (náusea e dor de cabeça).

Outra que passou a noite em claro foi a também dona de casa Márcia Vieira Rocha, de 40 anos. Ela, o marido recém-operado de trombose e os sete filhos permaneceram na rua. "Só à meia-noite vieram oferecer hotel para gente. Aí perguntei para a polícia se eles se responsabilizariam pelas minhas coisas se eu fosse para o hotel e me disseram que não. Então preferi ficar", afirma Márcia.

O coordenador municipal da Defesa Civil, João Jayme Cabral, confirma que as famílias preferiram continuar no local para resguardar suas casas a aceitar a hospedagem oferecia pela Álcool do Paraná, empresa que operava o terminal no momento do acidente. "Infelizmente, a polícia não tem como pôr um policial na casa de cada um", diz Cabral. A Álcool do Paraná também disponibilizou alimentação aos moradores. A reportagem chegou a entrar em contato com um engenheiro da empresa, que disse que estava em reunião no momento da ligação e que ligaria mais tarde. O engenheiro não retornou e também não atendeu os novos contatos.

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