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Além do sofrimento provocado pelas mortes de parentes na tragédia das chuvas no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no Centro do Rio, duas famílias têm feito uma peregrinação dolorosa, que já dura quatro dias, para tentar localizar corpos de vítimas que estão desaparecidos, apesar de terem sido resgatados pelos bombeiros.

O drama é vivido pela dona de casa Dulcinéia Armond, de 27 anos, que perdeu oito das dez pessoas de sua família no desmoronamento no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no Centro do Rio. Desde terça-feira (6) ela procura os corpos dos primos Romerito Camilo Ribeiro, de 23 anos, e David Ribeiro, de 5. Ela disse que os corpos teriam sido resgatados do local onde era a casa no morro, mas não consegue encontrá-los. Os outros seis corpos já estão no IML.

"Já olhei todas as fotos em IMLs, fui em todos os hospitais e não consigo encontrá-los. Estou voltando ao IML para tentar novamente. Não sei mais o que fazer", disse Dulcinéia, que está tentando levar os corpos para Caratinga, em Minas Gerais, onde mora a família.

Os sobreviventes da família de Dulcinéia são: Pedro Jr., de 14 anos, e Anderson, de 10, que estão internados em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Souza Aguiar. "Vou levar os seis e depois volto para buscar os outros dois. Deus queira que eles apareçam logo para diminuir nosso sofrimento."

Vítima saiu com vida, mas é encontrada no IML

Drama parecido viveu a família de Jurema Monteiro, de 49 anos. Segundo testemunhas, Jurema foi salva pelos bombeiros na manhã de terça-feira (6), logo depois do desmoronamento. "Três pessoas conhecidas, além da gente, viram ela sendo retirada com vida. Tanto é que ela foi socorrida na ambulância. Disseram que ela iria para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Depois, fomos lá, e ela não estava. Fomos a vários outros e foi a mesma coisa. Percorremos os dois IMLs (Zona Portuária e Campo Grande), e não consta entrada dela", afirmou o irmão de Jurema, Luiz Roberto Villela Monteiro, 34, ao lado da outra irmã, Maria Cristina, 39.

Na casa que desabou, onde estava Jurema, morreram três de seus sete filhos, o marido, e o neto de sete meses. Eles serão enterrados na tarde deste sábado (10), no cemitério do Caju, na Região Portuária. Ruth, de 25 anos, uma das filhas de Jurema que sobreviveu, também avisou a família que a mãe estava viva, antes de ser levada para o hospital.

Depois de quatro dias, a família encontrou o corpo de Jurema entre os que estão no IML do Centro do Rio.

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