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São Paulo – O governador de São Paulo, José Serra, disse ontem que as famílias que entrarem em acordo com a construtora responsável pela obra da linha 4 do metrô, poderão receber as indenizações em um mês.

Segundo ele, somente quem precisar entrar na Justiça para reivindicar um valor acima do oferecido é que poderá ter o pagamento da indenização adiado.

Aida Duarte, de 77 anos, disse que está preocupada com o valor que será pago pela empresa. Ela é proprietária de galpão de 500 metros quadrados na Rua Gilberto Sabino, 200, que foi comprado em 1963.

Aida disse que não entende como obra dessa magnitude pôde ser iniciada em um local que já foi um brejo, como as margens do Rio Pinheiros. Até agora, ela afirma que não teve qualquer informação oficial sobre o destino que será dado ao seu seu imóvel e acusou o governo de "na pressa, fazer uma obra duvidosa."

No que depender da Justiça, os familiares das vítimas soterradas pelo desabamento das obras da estação Pinheiros podem esperar até mais de dez anos para receber suas indenizações, caso a iniciativa da indenização não parta da seguradora da obra, o Unibanco AIG. A avaliação é da advogada Sylvia Maria Mendonça do Amaral, do escritório Mendonça do Amaral Advocacia.

"Se eles (familiares) tiverem que entrar com ação no (poder) Judiciário, caso não sejam indenizados espontaneamente ou estiverem insatisfeitos com o valor, o pagamento (da indenização) pode demorar mais de 10 anos" complementou, lembrando que no caso do acidente com o Fokker-100 da TAM, em outubro de 1996, em que 99 passageiros morreram, há ações que correm na Justiça até hoje.

Os valores da indenização, segundo a advogada, são inestimáveis. "Há indenização por danos morais em decorrência de falecimento que pode variar de R$ 5 mil até R$ 1 milhão. O juiz é quem deve fixar (o valor), de acordo com seus critérios".

Ela disse também que o governo não tem interferência no caso. "O Consórcio (Via Amarela) da obra tem um contrato que se chama turn key. Nessa forma de contratação, as empresas ficam com toda a responsabilidade sobre a obra", afirma.

Laudos

O governador visitou ontem o canteiro de obras da futura estação Pinheiros.

De acordo com o governador, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que fará os laudos sobre o acidente, já foi liberado para contratar até técnicos estrangeiros. Serra não deu previsão, no entanto, para a finalização dos laudos com a causa do desabamento. Ele disse que tudo dependerá das análises, e que a responsabilidade da obra é do consórcio vencedor da licitação da construção da linha 4.

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