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Nove famílias que se instalaram em uma área localizada na Vila Zippin, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, – e que pertence à União – foram retiradas do local na manhã desta quarta-feira (1º). O despejo ocorre por conta de um mandado de reintegração de posse, determinada pela Justiça com base em ação movida pela Advocacia Geral da União (AGU).

Segundo o secretário-geral do programa União por Moradia Popular no Paraná, Roland Rutyna, as famílias afetadas pela decisão não têm para onde ir. "É uma situação muito constrangedora para as famílias. Algumas nem sabem onde vão dormir nesta noite". De acordo com o superintendente da Secretaria do Patrimônio da União, Dinarte Vaz, os moradores foram alertados há dois anos que teriam que deixar a área.

Na manhã desta quarta-feira, um oficial de justiça se apresentou para cumprir a determinação da Justiça. Agentes da Polícia Federal (PF) e da Guarda Municipal de São José dos Pinhais deram apoio e, às 9 horas, começou a reintegração de posse, que terminou no fim da manhã. Segundo Rutyna, não houve confrontos entre policiais, guardas e moradores e o processo terminou de maneira pacífica.

A área desocupada pertencia à antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e passou para a Secretaria de Patrimônio da União com a extinção da rede, em 2007. Agora, a área deve ser usada pela Receita Federal.

Realocação

Segundo Rutyna, os móveis das famílias foram levados por um caminhão cedido pela prefeitura a um barracão localizado no bairro Borda do Campo, também cedido pela prefeitura do município. "Eles estão tirando os móveis e as famílias que se virem, porque não têm para onde ir. É uma situação constrangedora até para os policiais federais, que estudam tanto e são obrigados a despejar sem-teto", disse.

A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) informou que não há previsão para realocar os moradores afetados. As famílias foram inscritas no programa União por Moradia Popular do Paraná no programa Minha Casa, Minha Vida, cujas novas residências populares devem ficar prontas apenas dentro de dois anos. Os apartamentos que serão construídos em um terreno na Vila Edith, que também era de propriedade da extinta RFFSA. "Enquanto isso, não se sabe onde essas pessoas vão morar. As famílias estão desesperadas, porque, apesar de a área ser irregular, eles construíram suas casas, seus sonhos ali", afirmou o secretário da União por Moradia Popular do Paraná.

A prefeitura de São José dos Pinhais informa que tem conhecimento de apenas sete famílias que seriam retiradas do local. Duas delas ainda permanecem no terreno, segundo a prefeitura. O município informa que fez um pedido à SPU de um prazo de 30 dias para que o poder público encontrasse um abrigo para essas famílias. As outras cinco já teriam deixado a região e a prefeitura teria concedido o apoio com transporte e armazenamento de móveis.

A Advocacia Geral da União diz que recebeu o pedido feito pela SPU para a reintegração de posse da área pela SPU. Os juízes, informa a AGU, concederam prazo de 30 dias para a desocupação.

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