A retirada de famílias em uma área invadida em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, considerada de proteção ambiental pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), tem gerado controvérsias. Em cinco dias, duas famílias foram retiradas do Jardim São João I, em cumprimento ao pedido de reintegração de posse à prefeitura de Campo Largo.
Ontem pela manhã, uma das moradoras despejadas, a empregada doméstica Irene Horacemiv, 32 anos, e os três filhos presenciaram a demolição da casa onde moravam desde 1994. Na manhã de terça-feira, um oficial de Justiça e policiais militares já tinham cumprido a notificação de despejo, que, segundo ela, não foi assinada. "Levaram tudo e não sei onde estão minhas coisas. Estamos sem roupa." Irene conta que em 2006 procurou a prefeitura. Foi acertado que ela não seria retirada se preservasse o rio que passa ao lado do terreno.
Outro morador retirado sexta-feira, o mecânico Ambrósio Borges da Silva, 29 anos, está instalado em uma casa cedida pela Provopar. Porém, hoje será feita a retirada da família, que inclui a mulher e quatro filhos de 7, 4, 2 anos e um bebê de quatro meses. "Vou colocar minhas coisas dentro do carro e esperar. Não tenho para onde ir."
O diretor de urbanismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Carlos Groth, diz desconhecer o despejo. E afirmou que não haveria outra área para relocá-los.
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