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As 50 famílias que estão abrigadas no ginásio de esportes da Escola Municipal Henrique de Souza, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, foram notificadas pela prefeitura do município e têm até a próxima segunda-feira (17) para deixar o local. Cerca de 100 pessoas compõem o grupo que ocupava um área de invasão no bairro Guarituba. Eles foram retirados do local, uma área de preservação ambiental, no início de dezembro de 2010.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Piraquara, Gilmar Clavisso, a prefeitura fez uma notificação extrajudicial ao grupo na quarta-feira (12), solicitando a desocupação do local dentro de três dias. "Na próxima semana temos os jogos escolares e, na primeira semana de fevereiro, as aulas serão iniciadas. O município vai precisar daquele espaço", afirma Clavisso, explicando que a solução de oferecer o ginásio ao grupo foi emergencial.

"Desde aquela época estamos tentando negociar a retirada", reclama o secretário. De acordo com ele, não há outra opção de local para deslocar estas pessoas. "A única opção legal seria comprar 50 terrenos, o que nos faria desembolsar no mínimo R$ 2 milhões, um dinheiro que a prefeitura não tem", relata. Segundo Clavisso, se na próxima segunda ainda houver famílias no local, a prefeitura vai iniciar uma ação judicial para desocupação.

Na última semana, a Associação de Proteção e Desenvolvimento dos Moradores do Guarituba fez reuniões com a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) para buscar uma solução para as 50 famílias que estão na escola. O presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche informa que a indicação para o grupo foi voltar para os locais de origem ou casa de parentes. Ele afirma que só haverá uma nova conversa com o grupo quando eles saírem do ginásio de esportes. "Eles já estão inscritos no cadastro para habitação, mas não podemos privilegia-los ou não obedecer a ordem de um registro que já é feito há anos, seria ilegal", defende. "Não seria justo atende-los agora, mas eles serão beneficiados pela política habitacional em um segundo momento", reitera.

Uma das representantes do grupo, Maria Joana Trachinski, informa que o grupo espera uma nova reunião com as autoridades para definição de algum local para onde as famílias possam ir. "Esse pessoal não tem lugar para ir. Precisamos de alguma ajuda", endossa. De acordo com ela, o grupo ainda não tem definições e permanece no local pelo menos até a próxima segunda-feira (17).

Desocupação

O trabalho de desocupação na área do Guarituba foi coordenado pela Polícia militar (PM) e, começou no dia dois de dezembro de 2010. Cerca de mil policiais e 110 viaturas foram deslocados para o local. As autoridades cumpriram uma ordem de reintegração de posse determinada pela juíza Diocélia da Graça Mesquita Fávaro.

Quando as famílias ocuparam o local, a prefeitura forneceu cestas básicas e dois banheiros químicos para os desalojados. No local, os moradores utilizam uma cozinha comunitária.

Na época, ainda havia aulas e a escola recebia cerca de 800 alunos. As famílias que estão na quadra e os alunos da escola ficavam separados por um muro. O portão da quadra ficava sempre trancado e cinco vigias cedidos pela prefeitura faziam a segurança do local dia e noite.

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