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O boicote dos acadêmicos ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) pode ter sido a causa da inclusão de cinco cursos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) entre os piores do Paraná, conforme medição do Ministério da Educação. A hipótese é do reitor Carlos Augusto Moreira Júnior.

Já para a Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), que tem três de seus cursos na lista dos piores, o Enade é só um dos muitos instrumentos de avaliação do ensino superior, que não está livre de falhas. Este foi o primeiro ano do Enade, que avalia simultaneamente o desempenho dos calouros e dos veteranos que estão deixando a faculdade.

O exame não deve bastar para uma análise de qualidade das instituições, diz o diretor de Estudos e Avaliações da Pró-reitoria Acadêmica da PUCPR, Paulo Mussi. Para ele, além da avaliação individual de cada curso, deve-se considerar os demais critérios que julgam o conjunto todo da universidade, como as condições dos cursos ofertados (currículo, projeto pedagógico), a qualidade do corpo docente (titulação, capacitação, regime de trabalho) e a infra-estrutura (laboratórios, por exemplo). Segundo Mussi, para julgar se um curso é bom ou não, deve-se considerar todos esses critérios combinados.

O diretor acredita que eventuais distorções do Enade sejam resolvidas quando for possível avaliar o mesmo estudante em dois momentos: quando ele ingressa na universidade e quando ele sai. Dessa forma, pode-se medir se a instituição foi competente na missão de ensinar.

Segundo Mussi, a PUC tem seus próprios métodos de melhoria continuada. A cada semestre, todos os cursos passam por avaliação pedagógica, docente e estrutural, além de medir o grau de satisfação dos alunos. "Com o foco na excelência da aprendizagem podemos avaliar como o aluno apreende a competência da profissão que escolheu", observa.

Na recente avaliação do Ministério da Educação, a UFPR teve cinco graduações entre as piores e seis entre as melhores. A PUC teve cinco cursos entre os melhores e três considerados ruins, e não sete, como noticiou a Gazeta do Povo na última sexta-feira. Contudo, dois cursos (Engenharia Civil e Biologia) ficaram com nota 4, pendendo para o grupo dos piores. Nesse caso, o critério é tirar média igual ou abaixo de 4, somadas as notas do Enade e do Indicador de Diferença de Desempenho – criado nesta edição do exame para reconhecer o esforço das instituições em melhorar seus cursos.

Por equívoco, o jornal citou o curso de Filosofia da PUC entre os piores do estado, quando na verdade ele alcançou média 5. O curso de Engenharia de Produção Mecânica não foi avaliado por não ter novas turmas, depois de ter sido desmembrado em dois: Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção.

Já no caso da UFPR, segundo o reitor, a nota baixa deve-se à participação basicamente dos alunos que estão inciando o curso. O boicote dos veteranos seria a causa da inclusão dos cursos de Física, Química, Ciências Sociais, Arquitetura e Filosofia entre os piores.

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