Festa ajuda a recuperar templo barroco

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Com música, procissão e quermesse, Paranaguá espera visitantes de todo o estado para os últimos dias da Festa de São Francisco das Chagas, cuja realização está ligada à preservação da história e do patrimônio cultural, arquitetônico e religioso do Paraná. A festa, que segue até o próximo domingo, celebra a devolução da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, o templo barroco mais antigo do estado, à sua função original.Mais conhecida como Igreja da Ordem, a edificação localizada na Rua XV de Novembro, no coração de Paranaguá, foi construída no fim do século 18 e sobreviveu a um incêndio no início dos anos 60, mas ficou fechada por longos anos e passou outros tantos sendo usada como espaço cultural.

Só em março de 2009, num acordo entre a diocese de Para­naguá, a Secretaria de Estado da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a construção foi devolvida à sua finalidade original. Desde então, a renda da festa em honra a São Francisco das Chagas tem sido fundamental para deixar o templo cada vez mais ajustado.

Solidariedade

O padre André Luís Buchmann de Andrade, organizador do evento, faz questão de lembrar que a celebração é importante também para reforçar a solidariedade paranaense, vigorosamente demonstrada após as chuvas de março, que deixaram centenas de desabrigados em todo o litoral e que obrigaram Paranaguá e Morretes a decretar estado de emergência. "Recebemos aqui quatro caminhões com doações para as vítimas das enchentes", conta.

Padre André diz que fazem parte da quermesse barracas cuja arrecadação contribui diretamente com o Asilo São Vicente de Paula, a Rede de Feminina de Combate ao Câncer e outras entidades filantrópicas.

Arquitetura

Simplicidade resistente ao tempo

A construção da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas começou em 1770 e terminou em 1784. Embora tenha levado 14 anos, a construção é bastante simples. A alvenaria de pedra, em linhas despojadas, resistiu muito bem ao tempo. Prova disso é que a estrutura principal da obra nunca precisou ser refeita.

Em 1962, a igreja foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas, pouco tempo depois, um incêndio destruiu o mobiliário e provocou estragos na sacristia e na capela-mor. Em abril de 1991, depois de uma longa restauração, o lugar passou a ser um espaço cultural – o Teatro da Ordem. Só em março de 2009, missas voltaram a ser celebradas na Igreja da Ordem.