• Carregando...
Ontem, o tempo de espera na fila era de cerca de 15 minutos. Orientação para usuários era o uso dos estacionamentos próximos ao aeroporto | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Ontem, o tempo de espera na fila era de cerca de 15 minutos. Orientação para usuários era o uso dos estacionamentos próximos ao aeroporto| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Diante de outras obras, terceira pista é esquecida

A implantação de uma nova pista no aeroporto é deixada para depois, mesmo com uma área já disponível para isso. Não há previsão para que as obras neste sentido sejam iniciadas. De acordo com a Infraero, são necessários novo projeto, estudos de impacto ambiental e investimento estimado em R$ 132 mi­­lhões. O superintendente do aeroporto, Anto­­nio Pallu, considera que não há demanda para uma obra deste porte. "Os estudos que temos indicam que a pista atual ainda tem capacidade para o nível de operações."

Leia a matéria completa

  • Confira as obras que serão feitas nos próximos quatro anos no Aeporto Afonso Pena

A preocupação com o aumento da estrutura do Aeroporto Inter­­nacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, não é algo a ser pensado apenas para 2014, quando Curitiba deve receber milhares de turistas para a Copa do Mundo. Sintomas de defasagem relacionados aos terminais de passageiros e de cargas começam a aparecer até mesmo na porta do aeroporto, para os usuá­­­­­­rios habituais do sistema. Uma fila de veículos que se forma na entrada do estacionamento mostra que não há mais vagas. Problema que tem se mostrado comum nos últimos dias.

"Não estamos estrangulados. Em alguns momentos de concentração de voos já ultrapassamos nossa capacidade, mas ainda temos momentos ociosos no aeroporto", afirma o superintendente do aeroporto, Antonio Pallu. Ao todo, até o começo de 2014 está programado o investimento de R$ 170,44 milhões (R$ 40 milhões vindos do Programa de Aceleração do Crescimento) em sete obras no aeroporto.

Quem foi ao Afonso Pena na manhã de ontem para apanhar um voo ou buscar alguém no terminal teve de ficar cerca de 15 minutos na fila para conseguir uma vaga. "Chefia, tá lotado!", era o recado de boas-vindas dado por um funcionário. A orientação para quem estivesse atrasado ou em cima do horário era de que deixasse o veículo em outro estacionamento – a cerca de 600 metros – e retornasse com um translado até o aeroporto. Essa foi a alternativa encontrada pelo casal Marcos Schultz e Cláudia Machado. "Não daria tempo de esperar para estacionar. Não se sabe quanto tempo demora", afirma o marido.

"Só entra um carro quando sai outro. Tem dias em que é assim das 8 até as 14 horas. Hoje [ontem] até está meio rápido", conta o funcionário. No entanto, sexta-feira passada à noite, a espera era de quase meia hora, e na manhã dessa quarta-feira, 45 minutos.

Uma das pessoas que enfrentou a fila ontem foi o empresário belga Thierry Gauthier, há 23 anos no Brasil, que tinha ido buscar um sócio no aeroporto. "Tinha receio de ter fila na Linha Verde ou em outro lugar. Nunca pensei que seria aqui que eu perderia tempo", afirmou. "A mi­­nha sorte é que vim com antecedência. É preciso tomar providências urgentes porque daqui pra frente será pior", disse a dona de casa Alzira Barbosa an­­tes de reencontrar a irmã que voltava da Europa. Sem saber o que fazer, a assessora parlamentar Darlene Armstrong quase não conseguiu embarcar os filhos de 10 e 12 anos em um avião para Porto Alegre. "Estão de reforma aqui? Dá vontade de largar o carro aqui. O tempo está passando", reclamou.

A espera para estacionar carros deve tornar-se rotineira até que as obras de expansão do espaço sejam iniciadas e concluí­­das. A previsão é de que uma nova área de estacionamento esteja pronta até o fim de 2010 na frente do Afonso Pena, onde há hoje um gramado. O investimento de R$ 2,62 milhões no projeto deve triplicar a capacidade de vagas, saltando de 688 para aproximadamente 2,2 mil. Além disso, Pallu adianta que mais R$ 86,2 milhões serão usados para construir um edifício garagem com capacidade de mais 1,8 mil veículos. A primeira fase da obra deve ficar pronta até o fim de 2013.

Outros déficits

A defasagem do aeroporto não se limita ao estacionamento. Com um terminal de passageiros com capacidade para receber 3,5 milhões de viajantes por ano, hoje o aeroporto já tem uma demanda de 4,3 milhões de passageiros anualmente. Esse déficit deve ser eliminado com a execução de um projeto de reforma e adequação do terminal entre 2011 e 2013. Ao todo, serão usados R$ 38,9 milhões para aumentar o espaço em 17,4 mil metros quadrados, dobrar o número de balcões de check-in e elevar a capacidade para 8 mil passageiros por ano. "Essas obras serão de alargamento da estrutura que temos hoje. Será uma adequação sem afetar a operacionalidade de hoje", conta Pallu.

Chamado de "internacional" desde 1996, hoje o Afonso Pena tem apenas dois voos que partem de Curitiba para países do Mercosul – um deles diário e o outro, a cada dois dias. Quem precisa ir para outros continentes ou até mesmo outros países sul-americanos tem de fazer conexão em outro terminal. "O aeroporto não se diz internacional? Deveríamos ter mais voos que saíssem direto daqui para o exterior. Já é hora", é outra reclamação da dona de casa Alzira. "Acho que hoje já tem demanda para mais voos internacionais", diz o engenheiro mecânico Ro­­drigo Chibior. "Tem cara de aeroporto internacional, mas ficou um ae­­roporto regional", avalia o em­­presário Valmor Weiss, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga.

O superintendente do aeroporto explica que o terminal está preparado para atender voos internacionais. "A demanda quem aponta é a companhia aérea. Temos a ala internacional com salas que usamos hoje para voos domésticos", justifica Pallu.

* * * * *

Interatividade

Quais problemas você já enfrentou no Aeroporto Afonso Pena?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]