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São Paulo – Os gêmeos Guilherme e Edgard, 11 anos, filhos de Valéria Alves Marmit, 37 anos, segunda vítima retirada dos escombros do desabamento da estação do metrô, só ficaram sabendo da morte da mãe ontem de manhã. O pai deles, Wagner Marmit, ex-marido de Valéria, foi quem lhes deu a notícia. Minutos depois, os meninos foram levados para o enterro da mãe, caixão lacrado.

O sepultamento ocorreu em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Valéria morava em um apartamento na Cohab local. Cerca de 150 pessoas acompanharam a cerimônia, entre elas o governador de São Paulo, José Serra, e o secretário da Justiça, Luiz Antônio Marrey. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, passou pelo cemitério. Ficou dez minutos.

Luzinete Aparecida Grilli, 42 anos, que estudou com Valéria na faculdade, lembra-se das dificuldades da amiga para pagar os estudos.

"Valéria era muito esforçada e inteligente. Estava muito perto de atingir seu sonho." Valéria também tinha uma filha, Juliana, de 17 anos.

Sexta-feira, na hora do desabamento, Valéria tinha acabado de pegar o microônibus em Pinheiros, onde trabalhava, e iniciava o trajeto de volta para casa. Seu corpo dilacerado foi resgatado na terça-feira, 38 metros abaixo do nível da rua.

Ontem, depois do enterro, um grupo continuou ao lado do túmulo de Valéria. Era a avó dela, a sergipana Maria Baptista, 83 anos, e o irmão de criação Fernando Alves Ribeiro, 35 anos, além de dois jovens. Os familiares se perderam há dois anos nas andanças em busca de emprego. Redescobriram Valéria na terça, quando as tevês punham a toda hora a foto dela no ar.

Até as 21 horas de ontem foram retirados três corpos da cratera. Quatro pessoas permaneciam desaparecidas até o fechamento desta edição. Os bombeiros estavam concentrados na retirada do microônibus, onde devem estar mais quatro vítimas.

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