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Luiz Antônio e sua mãe, Irinéia: filho é quem dá lição de moral | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Luiz Antônio e sua mãe, Irinéia: filho é quem dá lição de moral| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Adolescentes querem quebrar regras

Se a criança tende a seguir padrões, o adolescente faz o oposto. O que ele quer é ter sua própria personalidade e, para isso, vai confrontar tudo o que não acredita e vai procurar grupos de afinidade. "Supervalorizar os amigos e experiências iniciais, como o primeiro amor, é um comportamento normal da adolescência. Por isso é muito importante o modelo moral que ele tem em casa, pois quando alguém entra nessa fase já existe previamente uma histórico de convívio com os pais", explica o professor de Psicologia da PUCPR e da Evangélica, Clóves Amorim.

A escola não é mais um parâmetro para quem chega a essa fase da vida, mas sim uma instituição que estabelece regras que não devem ser obedecidas. Muitas vezes os padrões seguidos pelos adolescentes estão ligados àqueles das pessoas com as quais se identificam. Para a professora da UFPR Ana Paula Viezzir Salvador, a melhor forma de a família lidar com isso é o afeto, não o controle. "Conhecer os amigos do filho, assim como as coisas que ele gosta é o caminho para se aproximar e estabelecer um diálogo. Nessa fase a imposição não funciona." (AS)

Quem nunca foi repreendido por um filho pequeno quando fez algo de errado, como fumar, deixar uma luz acesa ou furar o sinal vermelho? Para alguns pais, isso é uma constante. Seus filhos seguem à risca as regras e exigem que eles as cumpram também. Em alguns casos, quando fica difícil agir como as crianças querem, os pais precisam tomar certos cuidados para não perder a autoridade.

A família de Luiz Antônio Escota, de 11 anos, passa por saias justas com freqüência, seja pai, mãe, irmão, tios e até avós."Os tios dele fumam e ele fica muito incomodado com isso. Sempre quer conversar com eles para que parem. Já em casa, ele sempre puxa minha orelha para que eu economize energia elétrica", conta a mãe Irinéia Inês Escota. Luiz sempre levou em conta o que aprendia na escola em que estuda e costuma agir corretamente e cobrar das pessoas que o cercam que façam da mesma forma.

Professor

Segundo o professor de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná (Fempar), Clóves Amorim, os filhos tendem a fazer o que os outros mandam e a valorizar e aprender com quem eles sentem afeto. "Por isso o que o professor ensina é muito importante para a criança e a influencia tanto. Ele ocupa um lugar de saber e por isso ela segue muitas vezes o que o ele diz, e não os pais", explica.

Há cerca de dez anos as escolas voltaram a trabalhar e reforçar projetos especiais, principalmente os voltados para o meio ambiente. "A professora trabalha com isso e a criança absorve como verdade e como consciência dela", explica a pedagoga, mestre em educação infantil e professora da PUCPR, Maribel Manfrin Rodhen. Para as que estão na educação infantil, o aprendizado e sua aplicação é muito forte, pois elas sentem a necessidade de repassar, principalmente para as pessoas do seu convívio, aquilo que aprenderam. "Conforme a idade aumenta, esse comportamento se reduz, até chegar na adolescência, em que isso se perde por completo", diz Maribel.

Relação saudável

De acordo com a psicóloga, mestre em educação e professora de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Paula Viezzir Salvador, o que faz as crianças seguirem regras e orientações é a relação delas com os pais. "A forma como as regras são passadas a elas é que vai fazê-las obedecer ou não, seguir ou não um padrão. Se ela acredita que o que foi ensinado é bom e tem uma boa relação com quem a estabelece, vai seguir e querer que os outros também o façam."

Quando as crianças consideram verdadeiro o que aprenderam, provavelmente vão cobrar dos pais da mesma forma que eles o cobram em relação aos seus deveres. "Se os pais não seguem as regras, como não fumar ou cruzar o sinal vermelho, eles acabam perdendo a autoridade na hora de cobrar seu filho, pois a criança vai utilizar o mesmo argumento que foi dado a ela para não agir de forma correta", explica Ana Paula.

Um maneira de resolver o impasse é negociar. Os pais que não querem deixar de fazer algo, mesmo que o filho os repreenda, pode propor a ele que também o deixará fazer alguma coisa que geralmente ele não pode fazer, desde que não seja nada de muito sério ou que comprometa a educação.

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