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O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) conversa com agentes sobre as novas atribuições da Guarda Municipal | Roberto Custódio / JL
O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) conversa com agentes sobre as novas atribuições da Guarda Municipal| Foto: Roberto Custódio / JL

Efetivo é insuficiente

Ao todo, a Guarda Municipal de Londrina conta com 186 agentes. O número é insuficiente para atender as mais de 190 vagas deixadas pela empresa terceirizada. Para que o serviço possa ser executado, o processo seletivo de novos agentes precisa ser concluído. Segundo o secretário de Defesa Social, ainda não há um prazo para o processo continue. "Houve o cancelamento de uma das etapas por causa de mau tempo. Existem todos os prazos recursais, que precisam ser respeitados, mas estamos trabalhando para que essas etapas sejam agilizadas", confirmou.Nem todos os guardas serão realocados para as novas funções. Alguns postos de vigilância ainda ficarão a cargo de empresas terceirizadas. "Existem alguns postos que são feitos por vigilantes armados. A nossa Guarda Municipal não é armada. Então esses postos armados permanecem como uma parte que o nosso efetivo não consegue atender, de forma terceirizada. Mas o objetivo é, com o aumento de efetivo, que isso seja totalmente incorporado ao serviço da guarda", disse o prefeito.O secretário municipal de Gestão Pública, Rogério Carlos Dias, é otimista e aponta um prazo de sete meses para que o processo seletivo seja concluído. "No mês de agosto, se tudo der certo, queremos estar com tudo pronto para as nomeações. São 100 vagas previstas inicialmente, mas que podem ser ampliadas de acordo com a legislação. Queremos que nesse prazo já estejam todos habilitados para executar as funções não só de vigilância, mas também funções administrativas, de inteligência e de apoio à Defesa Civil, que é de suma importância nesse período de chuvas que estamos passando", declarou.

  • Guardas municipais se mostraram insatisfeitos com as novas atribuições da unidade

O encerramento do contrato entre a empresa Force Vigilância e a Prefeitura de Londrina vai afetar o trabalho da Guarda Municipal. A partir desta terça-feira (8), a vigilância dos espaços públicos e a guarda de bens e patrimônios municipais, realizadas anteriormente pela empresa terceirizada, passarão a ser de responsabilidade dos guardas municipais. A decisão teve como base uma ilegalidade apontada pela Procuradoria do Município na contratação de empresas terceirizadas para a execução de serviços de vigilância.

Em entrevista coletiva, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) disse que essa recomendação de mudança não é nova. "A orientação da Procuradoria, já do ano passado, afirma que, havendo uma Guarda Municipal, é vedado ao Poder Público a contratação de uma empresa terceirizada", justificou. A medida vai gerar uma economia de quase R$ 5 milhões aos cofres públicos.

Questionado sobre o fato de a Prefeitura estar com contrato irregular desde a criação da Guarda Municipal, Kireeff disse não saber quando essas ilegalidades foram encontradas. "A renovação desse contrato foi apontada como uma iniciativa ilegal, em desencontro com os interesses públicos. Nesse sentido, tomamos essa medida que coloca na legalidade o processo."

Segundo o prefeito, a vigilância do patrimônio público não vai ser a única atribuição da Guarda Municipal. "As funções dos guardas municipais se complementam. Além das atribuições que já tinham, eles vão assumir a responsabilidade de fazer a guarda do nosso patrimônio e serviço público. Isso por orientação da Procuradoria em função da legalidade da administração municipal", disse.

A decisão não repercutiu bem entre os agentes. Fernando Neves, presidente da Associação da Guarda Municipal, disse que os guardas foram rebaixados. "A Guarda Municipal pode ser, e deve ser, a polícia da cidade. Isso vem ao encontro de um movimento nacional, que entende a Guarda Municipal como força policial. O que não pode é uma força superior rebaixar uma força policial como a nossa para a realização de simples vigilância", lamentou.

O secretário interino de Defesa Social, Major Raul Vidal, discorda da posição de Neves. "A Constituição Federal delimita muito bem os poderes de cada uma das polícias. Temos a Polícia Militar, a Civil e a Judiciária, que respondem pelas tarefas de repressão, investigação e de cumprimento de determinações do Judiciário, respectivamente. A função da Guarda Municipal é de guarda e vigilância do patrimônio público. Se fosse diferente, até poderia ser chamada de Polícia Municipal, mas isso não existe."

Fernando Neves disse ainda que uma comissão será formada para tentar reverter a decisão junto à administração municipal. "Vamos reunir membros da associação e do sindicato dos servidores para mostrar os prós e principalmente os contras dessa realocação dos agentes. Na nossa formação, fomos treinados como policiais. Por dois anos estamos fazendo esse trabalho, enfrentando inclusive traficantes. Aí o agente é transferido para um posto fixo, sem arma e sem rádio. Ele vira um alvo fácil para qualquer marginal", colocou.

Para o prefeito, porém, a decisão não será reformada. "O que motivou essa tomada de decisão não foi a estratégia. É uma decisão legal. A motivação é o alinhamento com os aspectos legais. Isso é irreversível."

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