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 | Reprodução/Polícia Militar de SP/Twitter
| Foto: Reprodução/Polícia Militar de SP/Twitter

Apesar da tranquilidade durante o trajeto do terceiro protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das tarifas do transporte púbico em São Paulo, houve confusão entre manifestantes e policiais nas estações de metrô no fim do ato. O principal conflito ocorreu na estação Consolação, com lançamento de bombas, gás de pimenta e manifestantes detidos. Um grupo de mascarados chegou a usar uma mangueira dos bombeiros contra os policiais.

A confusão ocorre no primeiro ato após a mudança de estratégia do governo paulista, que passou a exigir do MPL a divulgação prévia do trajeto. Durante a manhã, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) classificou de vandalismo seletivo as manifestações que o Movimento Passe Livre realizou na capital paulista. Nas duas primeiras manifestações, houve tumulto entre os participantes dos atos e a Polícia Militar. Nesta quinta-feira, no terceiro ato realizado pelo grupo em dois pontos da cidade, a passeata ocorreu em clima pacífico, mas houve confusão nas estações de Metrô após o fim do protesto.

De acordo com Alckmin, não houve a mesma reação em relação ao aumento da inflação e do preço da energia elétrica. Tanto o controle da inflação como a definição da tarifa da energia elétrica são atribuições do governo federal. Em São Paulo, as tarifas de ônibus, trem e metrô foram de R$ 3,50 a R$3,80.

“O que se verifica é vandalismo e ainda um vandalismo meio seletivo, porque a correção da tarifa em São Paulo é menor do que a inflação. E é estranho, a energia elétrica aumentou 70% e não teve nenhum vandalismo”, disse.

Na última terça-feira, o impasse entre a Polícia Militar e os manifestantes sobre o trajeto não permitiu que o ato deixasse a concentração, com repressão policial após um grupo de manifestantes tentar furar o bloqueio policial. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que as cenas de violência eram incompatíveis com a cidade. O governo estadual afirmou que, caso o MPL não divulgasse o trajeto, a Polícia Militar definiria o percurso.

Na manhã desta quinta-feira, uma reunião convocada pelo Ministério Público entre a Secretaria de Segurança Pública e o MPL para discutir o caminho não ocorreu porque o grupo não enviou representantes. Durante a tarde, todavia, o movimento publicou nas redes sociais os trajetos. Ao contrário das outras manifestações, foram realizadas duas concentrações: uma no Largo da Batata, na zona oeste, que caminharia até o Terminal Butantã. Um segundo grupo se reuniu em ferente ao Teatro Municipal, no centro, e caminhou até o Museu de Arte de São Paulo, o MASP, na Avenida Paulista. De acordo com o movimento, a ideia é espalhar os protestos pela cidade.

Nos dois percursos, não houve confronto entre manifestantes e a polícia e ambos os grupos se dispersaram após chegarem ao final do trajeto no início da noite. Antes do ato começar, a Polícia Militar confirmou que pretendia seguir o caminho divulgado pelo Movimento Passe Livre e classificou a comunicação do trajeto como um avanço em relação aos últimos atos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que solicitou à Prefeitura a alteração nas linhas do transporte público e o recolhimento de lixo e entulho das ruas que fazem parte do caminho.

Para Matheus Preis, militante do MPL-SP e responsável por comunicar aos policiais o percurso durante os atos do grupo, a intenção ao divulgar o caminho era deixar clara que a intenção do grupo era apenas protestar.

“A gente publicou o trajeto para deixar claro que se a Polícia Militar fizer alguma coisa é para acabar com a manifestação”, disse.

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