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Com um mês de maio gelado e as primeiras semanas de agosto dignas de verão, os efeitos do tempo desregulado também puderam ser sentidos pela natureza. Com o tempo seco e o calor fora de época, algumas plantas tiveram a florada, que era esperada só para setembro, antecipada em um mês. Um tormento para os que são alérgicos ao pólen.

Estima-se que cerca de 18% da população de Curitiba sofra de rinite alérgica. Com a baixa umidade do ar, os casos de rinite, asma e sinusite aumentam em até 40%. Isso ocorre porque o ar seco, além de concentrar mais a poeira, ajuda na propagação do pólen e de viroses. De acordo com o pneumologista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) João Adriano de Barros, cada pessoa tem uma sensibilidade diferente em relação ao alérgeno. "Alguns tipos de pólen que são menores podem causar inclusive irritação nos pulmões quando não são filtrados pelo nariz", explica.

Evitar o contato com o pólen é algo quase impossível. Entretanto, segundo a otorrinolaringologista Cínthia Nicolau, alguns cuidados podem ajudar a evitar as crises. "Manter o ambiente limpo e arejado, evitar fumaça de cigarro e ar-condicionado e trocar com mais freqüência as roupas de cama são algumas medidas importantes", aconselha. Para os que já estão em crise, a médica recomenda o uso de soro fisiológico nas narinas como forma de diminuir a irritação.

Florada

De acordo com a botânica da UPFR Kátia Ribas, especialista em fisologia das plantas, neste ano diversas espécies tiveram o ciclo alterado. "A planta não sabe em que mês estamos, ela se regula com base na duração do dia, nas condições do tempo e na quantidade de água. Se está calor e tem pouca água, a planta acelera o processo de floração, para garantir a sobrevivência", explica.

Segundo a bióloga, o que ocorreu neste ano foi que o inverno, que geralmente é uma estação úmida, foi extremamente seco. Além disso, com os dias de sol, a luminosidade tem durado mais. A junção desses fatores fez com que algumas plantas que geralmente florescem só na primavera, como é o caso do Ipê, já estejam floridas. Em contrapartida, outras espécies que são características do frio, como a azaléia, já completaram seu ciclo e estão secando.

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