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Ciúmes em excesso e remédios à revelia fazem uma combinação muito perigosa. Essa mistura de sentimentos e medicamentos tem feito a vestibulanda Roberta Chiarello, 19 anos, passar maus bocados. Já fazia tratamento psicológico para se livrar da irritação constante quando conheceu o namorado, Alcir Calixto, há um ano e meio. Conhecê-lo foi mergulhar numa profusão emocional. A paixão virou amor e o ciúme chegou junto. Sozinha na cama, ela passou a imaginar o namorado com outra, o que na verdade não acontecia. Deprimida, tomou três comprimidos de 20 miligramas de fluoxetina e mais alguns medicamentos de uso contínuo para asma, rinite e pressão alta. O resultado foi desastroso.

A fluoxetina fôra receitada por um psiquiatra, a quem ela recorreu consumida pelo ciúme e por causa da separação dos pais. Faltavam quatro dias para o Dia dos Namorados deste ano e Roberta tomou o remédio para se acalmar. Ficou trêmula, sentiu tontura, quase desmaiou. Recuperou-se nos braços do namorado, que enviou-lhe flores e a socorreu tão logo soube da crise. Há um mês o problema voltaria. Novamente ela tomou três fluoxetina e o inibidor de apetite dietil propiona. Os colegas do trabalho tiveram de chamar uma ambulância. A pressão estava 17 por 8. Outra vez o apoio de Alcir foi decisivo para a recuperação.

Estes dois momentos críticos foram precedidos por vários outros menos intensos. Roberta sabe que não tem motivos para se deprimir. "Amo o Alcir, vamos nos casar, é o que mais queremos", diz. Ela sabe dos riscos que correu e luta para se corrigir. "Minha sorte é que ele é muito carinhoso e a família dele me adora", diz. Ela fará vestibular para Nutrição e garante que remédio agora só na dose prescrita.

Tomar remédio por conta própria é problema não apenas entre os jovens. O empresário Gilberto Mello, 60 anos, tinha 56 anos quando sentiu o revés da automedicação. Ele começou a sentir dores na perna e logo associou ao excesso de ácido úrico que sabia ter. Consumiu diurético por conta própria. A água foi expelida, mas o ácido se condensou nas juntas da perna, agravando a crise de artrite úrica (a popular gota). Mello teve de recorrer ao médico para tomar antiinflamatório e buscar o remédio certo para baixar o ácido úrico.

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