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Depósito da Mili no bairro Umbará: fogo começou por volta 23 horas de terça-feira e só foi controlado 12 horas depois | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Depósito da Mili no bairro Umbará: fogo começou por volta 23 horas de terça-feira e só foi controlado 12 horas depois| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
  • Fumaça sai pelo muro que divide a fábrica da casa de Karina Nichele: risco de cair

Um incêndio que demorou 12 horas para ser controlado destruiu um depósito de papel da empresa Mili, no bairro Umbará, em Curitiba. O Corpo de Bom­­beiros passou a madrugada e a manhã de ontem tentando controlar focos do incêndio, que feriu levemente uma pessoa e destruiu o barracão de cerca de 5 mil me­­tros quadrados na Rua Eduardo Pinto Rocha. Um ho­­mem de 32 anos sofreu queimaduras e foi levado para o Hospital Evangélico.

Segundo o engenheiro Jorge Castro, da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), da prefeitura de Curitiba, três lotes e a Escola Municipal Professora Nathalia de Conto Costa, que ficam à direita do depósito, podem ser atingidos caso uma parede de cerca de dez metros de altura, que também serve como muro, venha ao chão.

Castro disse que as casas próximas não correm risco – uma delas, que havia sido interditada, foi liberada ontem à tarde. "Fizemos a vistoria de todas as casas ao redor da edificação atingida pelo incêndio e o ponto mais crítico de desabamento é esse muro que fica do lado da escola", disse o engenheiro. "Os proprietários do depósito foram notificados e devem demolir totalmente essa parede lateral direita, por causa desse risco iminente de desabamento."

O proprietário da Mili, Van­­derlei Micheletto, afirmou que vai providenciar a demolição de todas as estruturas comprometidas assim que os bombeiros e a perícia liberarem o local. Se­­gundo ele, o fogo começou em uma pilha de pacotes de papel higiênico, na parte central do depósito. "Não sabemos se foi um curto-circuito, se foi uma lâmpada ou o que pode ter sido. Vamos aguardar a perícia."

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maior parte do material encontrado no local era papel, que é altamente inflamável e queima lentamente. Os bombeiros acreditam que extintores causaram as explosões ouvidas pelos moradores da região, já que não foi encontrado outro tipo de material inflamável. As chamas começaram por volta das 23 horas de terça-feira e só foram contidas às 11 horas de ontem. Quinze caminhões e cinco caminhonetes do Corpo de Bombeiros foram deslocados para a região. A Polícia Civil deverá fazer uma perícia no local, entre hoje e amanhã, para tentar descobrir a causa do incêndio.

Foi a segunda vez que a empresa enfrentou um incêndio. Outro depósito da Mili em Curitiba foi destruído em setembro de 2005, quando um barracão com cerca de 3,5 mil metros quadrados, no bairro Xaxim, pegou fogo. Segundo Micheletti, os dois incêndios tiveram dimensões equivalentes, mas a causa do primeiro nunca foi descoberta. Entre os produtos fabricados pela Mili estão papel higiênico, absorventes, fraldas e lenços.

Risco

A professora Karina Nichele, que mora em um dos lotes considerados de risco pela Cosedi, teve de deixar a casa com o marido e duas filhas pequenas na noite de terça-feira. A família só voltou por volta das 3 horas da manhã. "Ficamos na rua com outros moradores aguardando a autorização para voltar para casa", disse. Hoje [ontem] ainda sentimos o calor na casa. Mas, como o fogo não estava alto, não estamos com tanto medo."

Os bombeiros fizeram buracos no muro do quintal da casa de Karina para que as mancgueiras alcançassem as chamas. A professora diz que teme pela segurança das filhas, que brincam no quintal ao lado da parede comprometida do depósito, e dos carneiros, galinhas e outros animais que são criados pela família e que circulam pelo terreno. "Essa parede está toda rachada e pode cair a qualquer momento. Pelo menos nossa casa é mais afastada, assim, se ele cair, não vai atingi-la."

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