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A Força Nacional chegou a Foz para proteger veículo aéreo, mas foi autorizada a apoiar a PF na fronteira | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
A Força Nacional chegou a Foz para proteger veículo aéreo, mas foi autorizada a apoiar a PF na fronteira| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Foz do Iguaçu - Autorizados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, mais de 30 homens da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) estão auxiliando o efetivo da Polícia Federal (PF) de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, na fiscalização e na repressão a crimes cometidos na fronteira. Desde o dia 23 de dezembro na região, a FNSP havia sido enviada para proteger o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), uma aeronave espiã usada para rastrear pontos de contrabando e tráfico na região, guardada em uma base criada pela Polícia Federal no Aeroporto de São Miguel do Iguaçu, a 45 quilômetros de Foz.

De acordo com o secretário nacional de Segurança Pública, Alexandre Aragon, a Força Nacional vai ajudar a PF no combate ao tráfico de drogas e armas, à entrada de produtos ilícitos e à saída irregular de riquezas. "A Força também vai auxiliar com apoio operacional e prontidão para ação imediata nos casos em que forem detectadas práticas criminosas", explica. O delegado-chefe da PF em Foz, José Al­­berto Iegas, lembra que a Força Nacional continua fazendo a segurança do Vant, mas diz que o efetivo vem ajudando nas atribuições dos policiais federais. "A Força Nacional representa um reforço significativo para o controle fronteiriço", afirma.

Apesar de colaborar diretamente no combate aos crimes de fronteira, o delegado Iegas explica que a FNSP tem limitações. "Eles [os soldados da Força Nacional] não podem fazer nada sozinhos. Sempre que a Força Nacional estiver trabalhando, estarão acompanhados por uma equipe da Polícia Federal. Somos os responsáveis", diz. "A Força Nacional está atuando em apoio à Polícia Federal e nunca de forma isolada. As ações de demanda surgem de acordo com o planejamento da Polícia Federal, que coordena a operação", complementa Aragon.

De acordo com a Superin­tendência da Polícia Federal no Paraná, a Força Nacional atuará em conjunto com a PF no Lago de Itaipu, na Ponte da Amizade, que liga Brasil ao Paraguai, na Ponte Tancredo Neves, ligação do Brasil com a Argentina, e nas estradas da região. O efetivo permanecerá na região até 24 de fevereiro, mas o prazo pode ser prorrogado, caso haja solicitação. Em Foz, o comando da FNSP está instalado em uma sala na Delegacia da Polícia Federal.

Solicitação

Em 2007, os vereadores de Foz do Iguaçu chegaram a aprovar, por unanimidade, um requerimento solicitando o policiamento especial para o combate à criminalidade na região. O requerimento foi entregue ao ministro da Justiça Tarso Genro pelo presidente da Câmara Municipal de Foz, Carlos Juliano Budel. A Força só não foi enviada na época porque o governador Roberto Requião – o único gestor público que pode solicitar o envio da FNSP ao estado – disse que não via necessidade.

Budel acredita que a presença do efetivo é essencial para a região. "Quanto mais tempo a Força Nacional permanecer, melhor para Foz do Iguaçu e para o Brasil. Quanto mais reforço na segurança, menos mortes, contrabando e tráfico", afirma.

Procurada pela reportagem, a Secretária de Estado da Segu­rança Pública (Sesp) preferiu não se pronunciar sobre as atividades da FNSP na fronteira. Por meio de uma nota, a assessoria de comunicação da Sesp afirmou que a atribuição da Força Nacional em Foz é diferente das dos órgãos públicos estaduais de segurança.

Força Nacional

Composta por 10 mil soldados, a Força Nacional é formada por policiais e bombeiros de elite indicados pelos estados. O grupo age apenas em situações emergenciais e quando é solicitado oficialmente pelo governador do estado ou enviada pelo ministro da Justiça. Desde a sua criação, em junho de 2004, a Força Nacional de Segurança Pública já atuou em 18 missões especiais, em 15 estados da Federação.

No Paraná, a Força Nacional atuou apenas uma vez. Em setembro de 2008, o efetivo apoiou o Departamento Peni­tenciário Federal para evitar rebeliões no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Oeste do estado, durante a greve dos agentes penitenciários.

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