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Alerta - Ausência pode chegar a 30%

A coordenadora do Programa Fica em Foz do Iguaçu, Janine Riquelme, informou ontem que os trabalhos para diminuir o índice de evasão nas escolas municipais não estão ligados aos índices observados nos ensinos fundamental e médio.

Em agosto, um levantamento do Núcleo Regional de Ensino (NRE) de Foz do Iguaçu apontou um índice de evasão nas 28 escolas estaduais variável entre 1,50% e 31%. O limite considerado tolerável é de 5%.

Dentre as causas para o problema estão o medo de gangues e assaltantes no caminho do colégio ou a busca por trabalho por parte dos alunos, sobretudo no transporte de cigarro na Ponte da Amizade. (NF)

Foz do Iguaçu – Uma força-tarefa composta por integrantes do Conselho Tutelar e do programa Fica (Ficha de Comunicação de Aluno Ausente), parceria do Ministério Público e da prefeitura, vai tentar diminuir o índice de evasão escolar em Foz do Iguaçu (Oeste do estado). O primeiro "arrastão" da força-tarefa foi realizado ontem e prossegue na próxima terça-feira. A força-tarefa vai concentrar a fiscalização na rede municipal de ensino (do pré à quarta série).

A expectativa é de que 60 casos considerados graves – que envolvam o uso e tráfico de drogas, exploração sexual e trabalho infantil – sejam atendidos nos dois dias de trabalho. Com base em informações da Secretaria Municipal de Educação, os membros do programa e conselheiros tutelares vão até as casas das crianças com altos índices de falta na escola. Além de explicar o motivo da ausência dos filhos nas aulas, os pais têm de assinar um termo de advertência.

Em 2006, dos cerca de 22 mil alunos das 53 escolas do ensino básico em Foz do Iguaçu, 232 desistiram antes do final do ano. Ainda que o índice de evasão seja considerado baixo – 1,05%, frente à média nacional de 7,5%, observada entre 1995 e 2005 –, a intenção é fazer com que o número caia para cerca da metade neste ano (com no máximo 0,87%, de um total de 24 mil estudantes).

Como explicou a coordenadora do programa em Foz do Iguaçu, Janine Riquelme, o arrastão é uma intensificação dos trabalhos executados durante todo o ano. Quinhentos casos foram analisados pelo Fica em 2007, dos quais foram destacados os atingidos pela força-tarefa.

Em todas as situações foram analisadas as condições socioeconômicas das famílias. "A nossa atuação é uma rotina, mas depois de o Fica ter pontuado estas situações graves, o conselho determinou que faríamos uma ação conjunta", explicou.

Dentre os casos considerados urgentes está o de C.F., de 12 anos. Abandonado pela mãe depois de o pai ser preso, o jovem é dependente de maconha e já ameaçou uma funcionária da escola onde estudava. Sob a guarda da tia, C.F. vive na favela conhecida como Vila das Batalhas, em meio a um dos bairros mais violentos de Foz do Iguaçu, na periferia da cidade. "Fiquei com a guarda, pois o juiz escolheu. Cuidar eu cuido, mas o problema é dele mesmo. São muitos para uma criança. Faço acordo, compro roupas e calçados. Mas daí ele desvia", lamentou a tia.

Os casos de reincidência identificados ontem – em que pais ou responsáveis já haviam sido notificados pelo Conselho Tutelar – foram encaminhados ao Núcleo de Proteção às Crianças e aos Adolescentes Vítimas de Exploração Sexual e Maus-Tratos (Nucria). Pais ou responsáveis podem até mesmo perder a guarda da criança.

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