Brasília As fotos do dinheiro que seria utilizado para comprar um dossiê contra candidatos tucanos foram divulgadas ontem pela manhã por um policial ligado ao caso. A imagem do dinheiro apreendido pela PF num hotel em São Paulo, no dia 15 de setembro, vinha sendo mantida em sigilo sob o argumento de não atrapalhar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.
As fotos mostram pilhas organizadas de reais e de dólares. Pela imagem, o dinheiro está sobre uma mesa de uma sala similar a outras da sede da PF. Há também fotos do registro oficial do dinheiro. A pessoa que divulgou o CD com as fotos pediu para que seu nome fosse mantido em sigilo.
A Polícia Federal informou que vai abrir uma sindicância para apurar os responsáveis pelo vazamento das fotos. O dinheiro apreendido estava com Valdebran Padilha e Gedimar Pereira Passos. Os dois estavam com R$ 1,7 milhão parte do dinheiro em dólar: US$ 248,8 mil.
Autenticidade
Em Brasília, fontes da PF reconheceram que as fotos que vazaram para a imprensa são autênticas.
As fotos são diferentes das apreendidas no último dia 15, pois as imagens foram tiradas ontem e os maços de notas estão sem fita de identificação as fitas estão em poder da PF.
Segundo fontes da PF, os dólares apreendidos estão no Banco Central, em São Paulo. Já os reais estão com uma empresa de segurança, a Protege.
O ministro José Delgado, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou pedido do presidente do PT, Ricardo Berzoini, para que a imprensa não divulgasse as fotos de cópia do dinheiro.
O ministro alega, na decisão, que não há comprovação de que o segredo de Justiça decretado pelo TSE no inquérito que investiga o dossiê atinja todas as investigações em curso na Polícia Federal o que inclui as fotos. Segundo Delgado, as imagens não integram o material que está sendo analisado pelo tribunal no caso dossiê, sobre o qual foi decretado segredo de Justiça.
"Não há comprovação de que o segredo de justiça concedido pelo relator do procedimento tenha se expandido a qualquer outro feito judicial ou de natureza investigatória em curso na Polícia Federal", afirma o ministro no despacho.
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