• Carregando...

Foz do Iguaçu – Agentes de viagens e hoteleiros estão estudando novas estratégias de divulgação para atrair turistas a Foz do Iguaçu nos próximos meses e evitar que pacotes sejam cancelados devido à redução no volume de água nas Cataratas do Iguaçu, principal atrativo da cidade. Ontem, a vazão das quedas, situadas no Parque Nacional do Iguaçu, estava a 225 metros cúbicos por segundo, a menor do ano. O normal é de 1.500 metros cúbicos por segundo. A situação é preocupante porque o número de turistas na cidade já caiu 1,9% no primeiro semestre deste ano.

Segundo o diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro, a reserva deve fechar julho com um movimento de turistas 20% menor em relação a julho do ano passado, quando o número de visitantes foi de 112.022. No primeiro semestre deste ano, o parque recebeu 480 mil turistas. Em 2005, no mesmo período, passaram pelas catracas 483.677 mil pessoas. A reserva fechou 2005 com as visitas de 1.084.239 turistas, melhor número desde 1987.

Pegoraro diz que a redução do número de visitantes neste mês já era esperada, em razão da Copa do Mundo. Mas as notícias sobre a seca divulgadas pela mídia nacional e internacional já trazem reflexo negativo. "A situação pode ficar pior em agosto", afirma Pegoraro.

O gerente do Hotel das Cataratas, situado dentro do Parque Nacional do Iguaçu, Acir Borges, aponta outros fatores. Segundo ele, as férias de verão na Europa e nos Estados Unidos e o cancelamento de vôos da Varig também estão influenciando na queda. "Teve turista que não veio porque não tinha vôo em julho", diz. Conforme estimativa do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Foz, a ocupação média em julho deve ser de 63%, índice menor do que o registrado nas férias do ano passado, que foi de 73%. Ele diz que novos pacotes podem não ser fechados se a seca persistir.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Foz do Iguaçu, Plínio Scapini, é difícil mensurar os prejuízos causados pela seca, já que a estiagem tem impacto sobre pessoas que não haviam programado a viagem. Mas a preocupação existe, já que o turismo como um todo está em queda na cidade. "A Varig trazia cerca de 400 pessoas por dia a Foz", diz. Desse total, pelo menos 320 passageiros eram turistas.

A seca na principal atração de Foz foi um dos temas de uma reunião realizada ontem pelo Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu (Comtur). O representante regional da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav) no Comtur, Felipe González, diz que uma das saídas é rever estratégias de divulgação. Segundo ele, está em estudo a criação de novos apelos para vender as Cataratas, como convidar o turista para conhecer a geologia, o lado místico das quedas e o canyon. "Essa curiosidade já gera demanda", afirma. Para González, o importante é usar a criatividade. O empresário lembra que, em outras épocas de seca, os turistas guardavam as fotos das Cataratas como se fossem históricas, pois a redução do volume de águas não é fato comum.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]