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Foz do Iguaçu – O prazer de ter recebido mais de 1 milhão de turistas em 2005 durou pouco em Foz do Iguaçu. Três meses depois de ter comemorado a marca histórica, o Parque Nacional do Iguaçu, principal atrativo da cidade, registrou queda de 8,9% no fluxo de visitantes no primeiro trimestre de 2006 em relação ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, o Parque Nacional Iguazú, em Puerto Iguazú, Argentina, obteve crescimento de 12,3% no número de turistas nos primeiros três meses deste ano.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pelo parque, o número de visitantes no trimestre foi de 295.075 contra 323.798 mil do mesmo período do ano passado, ou seja, 28.723 mil turistas a menos. Em dezembro de 2005, o Parque Nacional bateu recorde de visitação em 19 anos, recebendo 1.084.239 turistas, maior número desde 1987, quando 1.084.205 pessoas visitaram o lugar.

As estatísticas feitas pelo Ibama indicam queda do número da maioria das nacionalidades que visitam o parque, lideradas pelos brasileiros (22.441 a menos) e seguida dos argentinos (5.754 a menos). O índice de visitantes chilenos, espanhóis e ingleses manteve-se na média de 2005. Em contrapartida, houve crescimento de turistas do outro lado do mundo, vindos da China e da Austrália. Por ser o atrativo mais visitado da cidade, o Parque Nacional serve de termômetro para os índices de visitação turística geral.

O presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Felipe González, atribui uma série de fatores à queda no fluxo turístico em Foz do Iguaçu. O primeiro deles é a mudança no câmbio. Um dos exemplos é em relação ao dólar que na Argentina oscila em torno de R$ 3,10, enquanto no Brasil vale R$ 2,25. A mesma regra vale para o euro, cotado na faixa de R$ 3,50 na Argentina e R$ 2,70 no Brasil.

A valorização das moedas no país vizinho atrai não só os estrangeiros, mas também os brasileiros. Com o dólar em queda no Brasil, eles estão trocando Foz do Iguaçu, Salvador e Rio de Janeiro por Buenos Aires, Bariloche e os Estados Unidos. "Não há evidência de crise no setor. Há uma retração do mercado como um todo, que vem sendo tratada", diz Gonzalez.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares (Sindhotéis), Luiz Rolim de Moura, acrescenta que as constantes filas na aduana em razão da fiscalização da polícia argentina, também contribuem para diminuir o fluxo turístico no lado brasileiro. Quem está na Argentina tem dificuldades para passar para o Brasil e acaba fazendo passeios e compras em Porto Iguazú. Outra constatação do setor é a de que a exigência de visto e de identificação para os turistas norte-americanos entrarem no Brasil acaba fazendo com que eles preferiram as cataratas argentinas, onde não há a exigência. "O setor está praticamente convencido de que não vai atingir o mesmo número do ano passado", enfatiza Rolim.

Conforme levantamento do Sindhotéis, a estimativa de ocupação dos hotéis para o feriado de Páscoa, considerado um dos melhores do ano para a cidade, é de 87%, abaixo das expectativas do ano passado que foi 95%. Para Rolim, além da desvalorização do dólar, os constantes fechamentos da Ponte da Amizade em março e a veiculação na mídia de notícias negativas sobre Foz do Iguaçu influenciaram no mercado turístico.

Segundo estudo do Comtur, cerca de 100 mil turistas visitam Foz do Iguaçu ao mês. O turismo é a atividade que agrega mais valor à economia da cidade de 300 mil habitantes.

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