Freiras do Paraná multiplicam os milagres de Frei Galvão

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Ponta Grossa – A devoção dos paranaenses dos Campos Gerais a Frei Galvão não é restrita apenas a Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul, cidade que recebeu a visita do frade franciscano no século 19. Em Ponta Grossa, as missas matinais no mosteiro das irmãs enclausuradas da Ordem da Imaculada Conceição são cada vez mais concorridas. A congregação foi fundada em São Paulo, pela irmã Helena Maria do Espírito Santo, em 1774, com a ajuda do beato, na criação do Mosteiro da Luz. Além de Ponta Grossa e Fransciso Beltrão, no Paraná, outras casas estão espalhadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Também existe um mosteiro na Espanha.

Mas as freiras de Ponta Grossa oferecem mais do que conforto espiritual. Elas são as responsáveis pela produção das pílulas milagrosas de Frei Galvão. Confeccionadas no tamanho de um grão de arroz, cada uma das nove mini-pílulas é, na verdade, um pedaço de papel com uma oração do franciscano. O conjunto é entregue aos devotos juntamente com a novena do frade.

A procura pela relíquia dobrou depois da confirmação da canonização daquele que será o primeiro santo brasileiro, prevista para ocorrer em maio, durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil. As pílulas levam a crença dos fiéis na cura de doenças e para atender os pedidos dos devotos. Isso porque, no passado, Frei Galvão entregava a oração em papéis enrolados para doentes que foram curados. De acordo irmã Maria Inez da Assunção, a procura pelas pílulas, que antes era feita por cerca de 20 pessoas por dia, chegou a 50 nos últimos dias.

Ana Ligeski, 78 anos, é uma das devotas de Frei Galvão que ingerem suas pílulas milagrosas. Ela credita o sucesso de uma cirurgia cardíaca realizada há dez anos à fé que tem no franciscano. A ligação com o mosteiro se fortaleceu depois que uma das suas filhas tornou-se monja. Hoje, Ana continua freqüentando as missas e fazendo a novena. "Agora estou pedindo por minha aposentadoria", diz.

Outra devota é Iracema Antunes, 56 anos. "Uma vez uma vizinha minha estava grávida e sentia dores muito fortes. Ela me pediu remédio e eu dei as pílulas do Frei Galvão. Na mesma semana, ela teve o filho e tudo correu bem. Meu marido também tomou as pílulas antes de uma cirurgia e deu tudo certo", conta.

As freiras concepcionistas produzem as pílulas de Frei Galvão em estado de recolhimento e de oração. Assim também acontece com a fabricação de hóstias, que são vendidas para as paróquias. Por conta da clausura, os visitantes não têm acesso às produções. As irmãs atendem ao público e participam das missas diárias através das grades.