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Matinhos – Guarda-sóis abertos, cadeiras armadas, crianças na areia. O dia ensolarado completa o cenário no litoral do Paraná, mas há algo estranho no calendário. Em pleno inverno, nas férias de julho, turistas aproveitam os dias de folga e a trégua na temperatura para curtir a praia.

O frio não assusta a aposentada Ester Perfetto. Ela passa duas temporadas no litoral: no verão e em julho. "Agora as coisas são mais tranqüilas, a gente come melhor, dorme melhor. Aproveito mais porque não preciso ficar me preocupando em fazer almoço para a netarada que sempre vem para cá", diz.

Outra vantagem apontada por Ester é a união da família, principalmente nos dias em que o sol não dá o ar da graça. "Minha filha está aqui com dois netos e aproveitamos os dias mais frios ou chuvosos para fazer atividades em família, jogar cartas, brincar com as crianças, coisas que geralmente não fazemos. Neste período dá pra curtir mais a família", conta.

A professora universitária Ana Paula Perfetto Demach veio de Londrina para passar as férias com os dois filhos no apartamento dos pais em Caiobá. Ela afirma que as crianças adoram, pois mesmo com temperaturas mais baixas elas fazem as mesmas atividades. Entram na água, constroem castelos de areia, brincam com amigos do prédio. "Criança é criança em qualquer estação. Elas aproveitam e fogem daquelas atividades em lugares fechados, principalmente shoppings, que é para onde a gente acaba indo quando fica em Londrina."

O que mais chama a atenção no cenário do inverno litorâneo é a diversidade de figurinos. Os mais corajosos usam trajes de banho e se esticam ao sol. Mas tem gente que não arrisca. O funcionário público Gilson Tauscher, de Goioxim, a 75 quilômetros de Guarapuava, desfilava na beira-mar com a família trajando calça jeans, camisa e jaqueta de couro. Para entrar um pouco no clima praiano estava de óculos de sol e calçava chinelos de dedo.

O mar, mesmo gelado, continua sendo a maior atração, principalmente para aqueles que não podem apreciá-lo com muita freqüência. É o caso do médico mineiro Ronaldo Guimarães, que veio visitar um primo em Curitiba e aproveitou para dar uma passadinha na praia, mesmo que de calça jeans com as barras dobradas e erguidas. "Em Minas não tem praia, então o importante é estar aqui, tomando uma cervejinha, não importa de que jeito", diz.

O fim de tarde não deixa dúvidas quanto a época do ano. Ao invés da brisa morna do verão, o vento gelado faz com que a caminhada no calçadão seja feita com mais agasalho. E a noite mais fria coloca todo mundo dentro de casa, do jeito que dona Ester gosta. A diversão é entre família, sem esquecer da torcida para o sol sair de novo, no dia seguinte.

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