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Recife – Candidato da terceira via à presidência da Câmara, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) esteve no Recife, em Pernambuco, ontem, na sua peregrinação em busca de apoios. O tucano criticou duramente a atuação do governo Lula no processo de eleição da Mesa Diretora e até saiu em defesa do atual presidente da Casa e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). "Pela primeira vez no Brasil o governo toma posse e deixa para indicar o Ministério após a eleição da Câmara. Até parece que é para compensar aliado derrotado e premiar aliado vencedor", atacou.

Fruet afirmou que os seus adversários têm "biografias" que os credenciam para a disputa, entretanto, não amenizou ao falar do principal concorrente, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Ele vive uma contradição, com a história que ele tem na luta popular e no PT e com quem ele está aliado hoje. É uma simbologia muito negativa", avaliou o tucano, numa referência velada aos ex-deputados do PP de Pernambuco, Severino Cavalcanti e Pedro Corrêa, cabos eleitorais de Chinaglia. O tucano, porém, poupou Aldo Rebelo. Disse que conversou com o comunista na semana passada e revelou que ele está "arrasado" pelo tratamento que tem recebido dos aliados governistas. "O presidente Aldo, pela história que ele tem de apoio ao PT e ao presidente Lula eu fico imaginando qual o sentimento dele. Ele foi sem piedade atropelado pelo governo. Eu sei que é complicado falar de um comunista ter piedade, mas o Aldo pagou o preço da lealdade".

Apesar da solidariedade a Aldo, Fruet insistiu que não há qualquer articulação prévia no sentido de firmar acordo com o comunista com vistas ao segundo turno. "Tudo tem seu tempo determinado. É bíblico", despistou. As declarações de Gustavo Fruet foram dadas durante a visita à casa do senador eleito e ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), no Recife, em companhia do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) e de deputados federais da bancada de apoio. "Vim pedir conselhos e as bênçãos. Jarbas é uma liderança inegável e foi amigo do meu pai no MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Quero criar identidade com pessoas como ele, que tem história".

Bênção

Jarbas retribuiu à altura, prometendo atuar para angariar votos, inclusive para reverter o do deputado Carlos Eduardo Cadoca (PMDB-PE), que já declarou apoio a Chinaglia. Após receber as bênçãos do senador, Fruet esteve com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), inimigo de Jarbas. O socialista elogiou o tucano, de quem disse ser amigo de infância, mas reiterou apoio a Aldo Rebelo. Entretanto não disfarça que apoiará Fruet no segundo turno, caso o seu candidato não se viabilize. Eduardo também saiu em defesa do governo Lula, em face às declarações de Fruet. Afirmou que Lula seria criticado se anunciasse o Ministério antes ou depois da eleição da Câmara. "Lula resolveu ter um espaço maior de tempo para construir sua equipe. O presidente não está se envolvendo na eleição da Câmara e inclusive disse que desmentirá quem falar por ele", arrematou Eduardo.

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