O preço da passagem de ônibus em Curitiba ainda está indefinido mesmo após a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pela Urbanização de Curitiba (Urbs) no Ministério Público do Paraná (MP-PR) e que resultará no fim do valor diferenciado na cidade.
Com isso, a prefeitura ainda não definiu se a tarifa do transporte será diferente dos R$ 3,15 pagos por quem usa cartão-transporte, dos R$ 3,30 cobrados de quem paga a passagem em dinheiro, ou um valor diferente disso.
Fruet revelou a indefinição do valor durante a instalação de 24 novas câmeras de monitoramento na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, nesta terça-feira (10). “Vamos tentar manter [o valor da tarifa], o máximo possível, na atual situação”, disse Fruet.
O prefeito enfatizou que decisões no custo final da tarifa de ônibus não competem apenas à prefeitura. “Temos pelo menos dez instituições que têm poder no custo final do preço da tarifa”, afirmou, lembrando decisões no MP e na Justiça do Trabalho que acabam influenciando no preço do transporte público, como o dissídio coletivo dos trabalhadores do transporte.
Com o TAC assinado pela Urbs, foi dado um prazo de três meses para que seja extinta a diferença entre o custo pago por quem usa o cartão transporte e o que é pago por quem usa dinheiro. Ou seja, deve-se garantir apenas um valor para a passagem de ônibus no município.
Fruet voltou a defender o uso do cartão-transporte. “Incentivamos o cartão porque, quanto menos circular o dinheiro, há mais segurança e permite um controle total sobre a receita do sistema. Então isso também está em discussão com o MP. Vamos administrar. Essa solução não vai sair no curto prazo”, explicou.
Tarifa técnica
As duas únicas certezas dadas pelo prefeito foram de que a tarifa para o usuário não deve passar dos R$ 3,30 e que a tarifa técnica (custo real por passageiro) deve sofrer reajustes, o que vai resultar em subsídios dados pelo poder público municipal ao sistema de transporte.
O aumento na tarifa técnica ocorrerá por causa do reajuste aos trabalhadores do transporte coletivo, que foi garantido após acordo na Justiça do Trabalho na segunda-feira (9).
O reajuste acordado na ocasião foi de 9% nos vencimentos, além de aumento no vale alimentação de R$ 330 para R$ 415 e o abono salarial de R$ 350.
Segundo o prefeito de Curitiba, o dissídio ficou acima do que a prefeitura estava trabalhando e isso converterá em um subsídio de R$ 1,9 milhão a R$ 2,1 milhões da prefeitura para segurar o preço da passagem de ônibus. “Quando se estabelece um valor maior, ocorre um impacto, e isso é repassado para a tarifa técnica”, explicou. Serão, ao todo, cerca de R$ 20 milhões ao ano por causa desse subsídio.
O novo valor da tarifa técnica, entretanto, ainda não está definido e isso deve passar por discussões entre as empresas de ônibus e a Urbs.
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