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A Funai pode retomar o processo legal necessário para a demarcação da terra xetá. O sonho do reagrupamento dos sobreviventes xetás ganhou força em dezembro de 1999, quando foi criado um Grupo de Trabalho que realizaria estudos de viabilidade para o reagrupamento dos remanescentes da tribo. Após a criação do grupo, a antropóloga Carmen Lúcia Silva foi indicada pela Funai como responsável pelo laudo antropológico para identificação e delimitação da terra.

O relatório foi entregue em março desse ano, mas, segundo o diretor de assuntos fundiários da Funai, Artur Nobre, o laudo não traz elementos suficientes para que a Funai dê uma resposta definitiva para os xetás.

"O relatório indica uma terra, mas precisamos saber se os sobreviventes xetás têm condições de se reagruparem e voltarem a viver como um grupo. Não há indicações precisas de que a área habitada por eles no passado era aquela mesma. Não sabemos se o tamanho do área é suficiente ou não. Essas questões não estão respondidas no relatório", diz Nobre.

Segundo ele, a Funai poderá criar um novo grupo de trabalho para se fixar no estudo de viabilidade do reagrupamento dos xetás.

Sonho antigo

Tikuein Xetá estava na cerimônia no Palácio Iguaçu em 1999. Posou para fotografia e ouviu dos governantes que poderia voltar a viver com os seus na Serra dos Dourados, entre Umuarama e Douradina, onde os xetás um dia foram um povo.

Em fevereiro desse ano, quando recebeu a reportagem da Gazeta do Povo na reserva de São Jerônimo da Serra para a reportagem especial "O Fim de um Povo Paranaense", a promessa permanecia viva para Tikuein. "O branco nos tirou da terra e nunca nos ajudou. Agora precisamos dessa ajuda. Queremos estar juntos no nosso lugar. Quero voltar com toda minha turma", disse a reportagem na época.

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