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Os funcionários do check-in da companhia aérea TAM que receberam voz de prisão na semana passada de um juiz no aeroporto Imperatriz (a 665 km de São Luís) falaram pela primeira sobre o caso para programa Fantástico, da TV Globo.

Imagens do circuito interno de segurança do aeroporto, obtidas pelo programa, mostram a chegada do juiz Marcelo Testa Baldochi no balcão da companhia aérea, às 20h37. Os funcionários dizem que o check-in do voo a Ribeirão Preto (SP) havia sido encerrado quatro minutos antes.

Ao ter o acesso negado à aeronave, o juiz deu voz de prisão aos funcionários da empresa e chamou a Polícia Militar. Os trabalhadores da TAM foram encaminhados para uma unidade da Polícia Civil no centro de Imperatriz.

Um dos funcionários presos, o despachante de voo Argemiro Augusto, disse à reportagem do programa dominical que jamais tinha sido humilhado dessa forma. Segundo Augusto, o juiz o chamou de "calhorda, vagabundo e pilantra".

"Muito constrangedor. Todo mundo me olhando como se fosse um bandido. Não desejo isso para ninguém", disse Augusto.

O agente de bagagem Alessandro Rodrigues falou ao repórter que é uma situação triste para um pai de família. "Sair de casa para trabalhar e de repente se deparar com uma situação dessa".

Outro lado

Em nota, Baldochi disse que o voo estava marcado para as 21h02 e admitia o embarque 15 minutos antes da partida, mas que não conseguiu entrar no avião meia horas antes, mesmo com o comprovante de check-in em mãos.

"Feito isso o agente da TAM não prestou qualquer informação e disse que não era problema dele, isolando-se numa saleta da companhia. Apesar de se insistir para que através do rádio tentasse o embarque disse que não o faria", diz o comunicado do juiz.

Baldochi diz ter registrado às 20h42 uma ocorrência na Infraero e na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) contra a companhia e o agente que o atendeu, por não ter prestado informações sobre o que faria com o passageiro.

"Ao ofender isso o agente incorreu em ilícito civil e criminal, e toda e qualquer pessoa pode dar voz de prisão, chamar a polícia. Está na lei e ali se fazia presente um consumidor que exigia seus direitos. Essa é a democracia. Sem rótulos", acrescentou.

Após o episódio, os três funcionários foram ouvidos e liberados. O magistrado não prestou depoimento e embarcou em outro voo, no mesmo aeroporto, de outra companhia aérea.

A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Maranhão abriu, na última terça-feira (9), uma sindicância para apurar a conduta do juiz.

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