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Medo, angústia e preocupação. É o que dizem sentir, todos os dias, os funcionários de postos de combustíveis quando estão em horário de trabalho. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis), atualmente, cerca de 22 mil pessoas trabalham em postos em todo o Paraná.

José Martins, 47 anos, gerente de posto, é um dos que trabalham com medo. Há 30 anos no ramo, Martins já foi baleado na perna durante um roubo. "Duas pessoas armadas entraram na loja e nos renderam. Um dos homens subiu para o primeiro andar da loja e me deixou sozinho. Saí e, de repente, um terceiro rapaz, que estava do lado de fora, chegou perto de mim, apontou a arma para minha cabeça e foi baixando o braço até disparar na minha perna. Eles nunca agem sozinhos. Tem sempre um na cobertura", conta o gerente.

Otacília Teixeira Vale, 20 anos, está há dois anos na função de caixa em uma revendedora. Ela afirma já ter sido assaltada duas vezes. "É muito complicado porque mesmo com as câmeras de segurança, os bandidos não estão nem aí. Nas duas vezes em que fui assaltada, eles apontaram armas para mim. Fiquei desesperada. A gente acaba desconfiando de qualquer pessoa que entre na loja. Não temos sossego", afirma.

O frentista Sidimar da Luz, 29 anos, também passou por momentos nada agradáveis nas mãos dos bandidos. Há cerca de um mês, o posto onde ele trabalha foi assaltado. "Todos os funcionários foram rendidos e tiveram armas apontadas para a cabeça. Os assaltantes ainda fizeram pose para as câmeras de segurança", conta.

Polícia

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rubens Recalcatti, os números de boletins de ocorrência registrados neste ano (27) não refletem a realidade. "Existem muitos mais roubos, mas os proprietários não registram boletins de ocorrência, quando não têm grande prejuízo. Isso não deve ocorrer. Todos devem registrar o crime na delegacia para podermos monitorar e investigar os assaltantes", explica.

O major Douglas Dabul, chefe do setor de planejamento e operações da CPC (Comando de Policiamento da Capital), afirma que a Polícia Militar tem buscado maior aproximação com a comunidade para agir preventivamente. "Estamos orientando os proprietários de postos e funcionários a terem maior contato com os policiais que trabalham nas respectivas regiões. Repassamos telefones dos batalhões, delegacias e celulares das viaturas aos postos, para que eles tenham acesso mais rápido à polícia", diz. (MPM)

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