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Cerca de 100 funcionários terceirizados do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Londrina, Norte do Estado, estão em greve desde a meia-noite desta sexta-feira (24). Para não prejudicar o atendimento a população, a categoria continua atendendo aos chamados com equipes em escada de revezamento. Das 11 ambulâncias do serviço, os grevistas continuam realizando atendimento com seis: as duas unidades avançadas (compostas por um médico, um enfermeiro e um motorista socorrista), as três ambulâncias de transporte de pacientes e uma das seis unidades básicas (compostas por um motorista socorrista e um técnico em enfermagem). Para que nenhuma unidade fique parada no período da greve, a coordenação do Samuconvocou servidores públicos para realizarem atendimentos com as cinco ambulâncias que deixaram de ser usadas pelos grevistas. O movimento está reivindicando um acordo coletivo de trabalho, no qual incluiu uma equiparação de salários ao de outros municípios que têm Samu. Segundo o presidente do Sindicato da Saúde (Sinsaúde), Júlio Aranda, um socorrista recebe R$ 635,00 em Londrina, enquanto em Gravataí, Rio Grande do Sul, para o mesmo serviço e carga horária menor a remuneração é de R$ 2.151,00. Aranda questiona para onde vão os recursos federais que deveriam ser aplicados no serviço. "Isto é um absurdo. O mesmo recurso que vai para as outras cidades vem para a nossa cidade e recebemos um salário deste. Isso é como uma caixa-preta que ninguém sabe o que está acontecendo lá dentro", afirma.

De acordo com Aranda, toda a categoria aderiu ao movimento, que não tem previsão de encerramento. Ainda não houve contato dos coordenadores do Samu para o início das negociações. O presidente diz que os grevistas estão sendo ameaçados de demissão coletiva. "Até o momento não houve nenhum contato para iniciar as negociações. O único contato foi para intimidar e ameaçar os funcionários que estão exercendo seu direito de greve de demissão", conta.

A coordenação do Samu negou as acusações de ameaça e afirmou que os funcionários terceirizados "estão em seu direito de reivindicar melhores salários e não haverá nenhuma retaliação contra quem aderiu ao movimento".

A secretaria municipal da Saúde, por meio de assessoria de imprensa, declarou que a prefeitura não abrirá negociação com os grevistas, uma vez que a empresa terceirizada tem um contrato de licitação que não prevê um reajuste neste momento.

A assessoria do Centro Integrado e Apoio Profissional (CIAP), vencedora da licitação, afirmou que o Sinsaúde sabia da impossibilidade de aumento de salários e que não tem como arcar com a solicitação dos grevistas enquanto não houver um repasse da prefeitura. Caso a paralisação se prolongar e não houve um acordo com a administração municipal, o CIAP informa que poderá romper os contratos de quem aderiu ao movimento, com a substituição por novos funcionários. Segundo a assessoria, o centro vai levantar quantos dos contratados aderiram ao movimento e, se necessário, fará a substituição deles, para que o serviço não seja paralisado.

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