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São Paulo – Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho, tiveram que pagar ontem uma fiança no valor de US$ 100 mil – US$ 50 mil cada – para serem liberados. Os dois foram presos pelo FBI (polícia federal dos Estados Unidos) em Miami, sob a acusação de lavagem de dinheiro. Segundo o Departamento de Imigração dos EUA, mesmo depois de pagarem a fiança, eles não podem voltar para o Brasil. O casal deverá aguardar em Miami a conclusão do processo.

O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP). Sônia e Estevam – que estavam sendo monitorados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal – foram presos porque declararam falsamente para a alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. Os dois portavam, juntos, US$ 56 mil (em espécie).

Um relatório produzido pela própria alfândega norte-americana revela que o casal transportava os dólares em diversos compartimentos, como bolsas, um porta-CDs e até dentro de uma bíblia, que estava na bagagem de Sônia.

O advogado dos fundadores da Renascer, Luiz Flávio Borges D’Urso, negou a prisão do casal. Ele sustentou que Estevam e Sônia foram somente detidos pela polícia norte-americana porque teriam cometido o que chama de equívoco na declaração de valores à alfândega.

"Por um equívoco no preenchimento da declaração aduaneira quanto aos valores transportados pela família, foram chamados a prestar esclarecimentos perante as autoridades locais", afirma o advogado, que fez as declarações em nome do casal.

Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no fim de dezembro uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.

Doações

No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas".

A Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar do casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida – estado norte-americano –, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões, como os aluguéis dos vários templos da Renascer.

Para os promotores do Ministério Público, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil. Segundo eles, o MP pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer.

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