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O patrocínio da Nike foi suficiente, por exemplo, para fazer o plano inicial de Portland de colocar 600 bicicletas em operação crescer para mil. | Divulgação/The Portland Bureau of Transportation
O patrocínio da Nike foi suficiente, por exemplo, para fazer o plano inicial de Portland de colocar 600 bicicletas em operação crescer para mil.| Foto: Divulgação/The Portland Bureau of Transportation

Com mais de 500 quilômetros de ciclovias, a cidade de Portland, no estado do Oregon, no Noroeste Pacífico dos Estados Unidos, tem o maior índice de uso da bicicleta para deslocamento diário entre as grandes cidades norte-americanas: 7,2% dos seus moradores usam o modal todos os dias para irem de casa para o trabalho e outros destinos. E esse número tende a crescer ainda mais no próximos anos. Desde o último dia 19 de julho, a cidade conta com um sistema de compartilhamento batizado de Biketown e que já recebeu mais de 1,4 mil pedidos para assinaturas anuais do serviço. A assinatura anual custa o equivalente a US$ 12 mensais (cerca de R$ 39). E toda a ideia, com um total de 100 estações, não é muito diferente daquela que está em licitação em Curitiba, e que teve o prazo de entregas de propostas prorrogado para 2 de setembro próximo, mas tem no patrocínio da Nike um diferencial.

Embora a proposta de passar por pontos de deslocamento intenso da cidade e de ter preços acessíveis seja parecida com a ideia da capital paranaense, poucas cidades podem contar com uma aposta de US$ 10 milhões em cinco anos na ciclomobilidade. Ter alguém, literalmente, pagando a conta ajuda a desenvolver uma ideia com calma e colocá-la, efetivamente, em prática de forma que ela tenha tempo e recursos para vingar. O patrocínio da Nike foi suficiente, por exemplo, para fazer o plano inicial de colocar 600 bicicletas em operação crescer para mil. Destas, pelo menos 100 terão design inspirado nas coleções de tênis da marca.

No Brasil, o maior sistema de compartilhamento de bicicletas em operação, e que conta com o patrocínio do banco Itaú , é o Bike Rio, inaugurado em 2011 no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, são 600 bicicletas e 60 estações que cobrem pontos da Zona Sul e do Centro da cidade.

No caso de Portaland, a articulação entre poder público e a marca esportiva foi feita por uma empresa. A Motivate (antes chamada de Alta Bicycle Share) também foi responsável pela implantação e operação de sistemas de compartilhamento em outras oito cidades norte-americanas, incluindo o Citi Bike de Nova York, além dos sistemas de Toronto, no Canadá, e Melbourne, na Austrália. Embora cada cidade seja uma cidade, a Motivate parece ter adquirido um know-how relevante na implantação desse tipo de serviço. A reportagem pediu uma entrevista com a empresa para saber dos detalhes do trabalho da Motivate, mas não teve retorno até a publicação deste texto.

Nem todas as bikes do sistema de compartilhamento de Portland são iguais.Das mil bicicletas do Biketown, pelo menos 100 têm design inspirado nas coleções de tênis da Nike, patrocinadora da ideia. Divulgação/The Portland Bureau of Transportation

Referência

São também de Portland os pesquisadores que estão buscando os melhores modelos de ciclovia e cruzamento para ciclistas no mundo. De um lado, técnicos do Departamento de Trânsito de Portland estão estudando o melhor modelo de cruzamento, com atenção especial ao tipo holandês, conhecido como “cruzamento protegido” e que se caracteriza pela separação entre a faixa dos carros a dos ciclistas por pequenas ilhas de concreto. De outro, um grupo do Centro de Pesquisa e Educação da Universidade Portland está tentando descobrir que tipos de equipamentos/barreiras trazem mais segurança aos ciclistas nas áreas em que há o uso compartilhado das ruas com os carros. É por isso que quem se interessa por ciclomobilidade deve ficar de olho em Portland.

Curitiba

Na capital paranaense, o passe diário deve custar até R$ 5; o mensal, R$ 12; e o semestral, R$ 55. A depender do resultado do certame, os valores podem ser ainda menores. O edital prevê ainda 43 estações de pequeno, médio e grande porte, distribuídas pela região central da cidade. Todas têm a obrigação de oferecer wifi gratuito.

O dinheiro arrecadado com os passes deve cobrir 20% do sistema, pelas estimativas da prefeitura. O valor restante virá de arrecadação publicitária.

Após a divulgação do resultado, a empresa vencedora terá 25 dias para instalar uma estação com três bicicletas na Rodoferroviária, onde será avaliada por técnicos da Secretaria de Trânsito (Setran), do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba (Ippuc) e da Urbs, que irá administrar o sistema. Se aprovado, são 140 dias para ter o serviço 100% em funcionamento.

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