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No último dia 5 de setembro, a Docklands Light Railway (DLR), empresa que administra a Emirates Air Line – teleférico que cruza o Tâmisa e foi inaugurado para a Olimpíada de 2012 de Londres – foi autorizada a vender bebidas alcoolicas nos terminais do serviço. É que a atração, que custou 60 milhões libras e funciona com o patrocínio da companhia aérea Emirates, está bem próxima de se tornar um elefante branco, com um uso bem abaixo de sua capacidade. A possibilidade de instalar bares ou mesmo realizar eventos temporários nos terminais, ou seja, na saída e na chegada do teleférico, poderia ser uma alternativa para atrair mais visitantes para o passeio.

O pedido é para que a venda de bebidas ocorra das 10 horas da manhã à 1h30 da madrugada, todos os dias. Entre as atrações que podem surgir daí estão a exibição de filmes, a promoção de noite de karaokê, música ao vivo e até mesmo das festas silent disco – festas em que cada um comparece com seu fone de ouvido e sincroniza a mesma play-list.

A permissão foi dada com algumas condições, a principal delas é de que somente os clientes que comprarem tickets para a atração ou forem convidados formais de eventos realizados ali poderão ingerir bebidas alcoolicas nas dependências da Emirates Air Line. Além disso, ninguém poderá beber durante o passeio, ou seja, lá em cima.

Segundo o site especializado em cidades CityLab, a capacidade do teleférico é de 2,5 mil passageiros por hora, mas a estrutura tem recebido uma média de apenas 4 mil por dia. Em razão disso, o teleférico é mais conhecido entre os londrinos pelo nome de Dangleway – expressão em inglês que remete às situações em que os carros ficam vazios, balançando (dangling) de um lado para outro e sem utilidade em dias de tempo ruim.

A vista da cidade é muito bonita do alto da Emirates Air Line, mas uma das principais razões para o seu fracasso, segundo a imprensa local, está no seu desenho. Para começar as outras opções que cruzam o Tâmisa são muito mais rápidas para efeitos de deslocamento diário do que o teleférico. Em segundo lugar, os pontos de partida do passeio – Greenwich Peninsula e Royal Docks – foram mal pensados, já que não estão particularmente próximos de nenhuma grande atração turística de Londres – ainda que o segundo ponto tenha um potencial futuro devido ao movimento de revitalização das antigas docas de Londres nos últimos anos.

A vista da cidade é muito bonita do alto da Emirates Air Line, mas suas estações de embarque e desembarque não ficam próximas de nenhuma atração turística de Londres.Reprodução

A Emirates Air Line é também frequentemente alvo de piadas porque é ligada à administração de Boris Johnson. O ex-prefeito é uma figura fanfarrona, a la Donald Trump, e ganhou notoriedade neste ano por ter sido um dos líderes da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia (o Brexit). Logo depois do resultado do referendo, que acabou com a efetiva saída do Reino Unido do bloco e a renúncia do premier David Cameron, porém, Johnson recuou desse papel de liderança e disse que não se candidataria ao cargo de primeiro-ministro. Para muitos, a decisão foi uma confissão da pouca confiança que o próprio Johnson tinha no sucesso da manobra que ajudou a concretizar.

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