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Santo Antonio da Platina – Uma recente pesquisa organizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) constata que o Norte Pioneiro do Paraná permanece como uma das regiões mais pobres do estado, em pé de igualdade com o Vale do Ribeira e a Região Central. O estudo também aponta um futuro nada promissor: sem uma reação emergencial, com ações integradas de desenvolvimento sustentável, o Norte Pioneiro pode assumir a lanterna nesse ranking negativo.

Conhecida como "ramal da fome", a região sofre com a falta de infra-estrutura e de mão-de-obra qualificada. A maioria dos 26 municípios tem a agropecuária como base econômica, mas não atrai indústrias que possam agregar valores ao que é produzido. Resultado: o Norte Pioneiro patina porque só apresenta números satisfatórios quando analisada sua produção primária (agrícola).

Segundo o economista e especialista em desenvolvimento econômico Joel Marciano Rauber, o problema da região está na excessiva dependência da renda proporcionada pelo setor primário, que tem baixo valor agregado, requer mão-de-obra desqualificada e mal remunerada e, invariavelmente, é o maior causador de impactos ambientais. Rauber fala com a experiência de quem sofre na pele os problemas da região, já que também é prefeito de Jundiaí do Sul, pequeno município do Norte Pioneiro. A cidade já teve população superior a 30 mil habitantes e hoje registra pouco mais de 4 mil moradores, um recorde de êxodo populacional e um dos graves reflexos da falta de perspectiva da região.

A reação urgente, porém, parece estar descolada da atitude de lideranças políticas, empresariais e de classe do Norte Pioneiro. A Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi) ainda não tem um plano estratégico que projete o desenvolvimento da região, mas reconhece a necessidade de medidas que possam evitar o colapso socioeconômico regional. O presidente da Amunorpi e prefeito de Quatiguá, Efraim Bueno de Moraes, aposta na conscientização da comunidade, por meio de suas lideranças. Sem um planejamento, ele prevê a inviabilidade da maioria dos municípios, empurrados à falência pelo aumento da concentração fundiária, migração populacional e conseqüente queda na arrecadação.

"A reação está aqui. O próprio Ipardes reconhece que qualquer esforço para reduzirmos o fosso que nos separa das regiões mais desenvolvidas está na universidade regional e, em torno disso, devemos lutar". Para ele, a criação da Universidade do Norte do Paraná seria uma das alavancas para a região, já que além de investimentos em pesquisa, a instituição formaria mão-de-obra qualificada, atraindo investimentos.

De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano, o governo estadual está fazendo a sua parte para atrair investimentos para região e promover o seu crescimento econômico. A dilação (desconto temporário) em até 90% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por quatro anos é uma dessas ações. "Temos que divulgar essas vantagens", diz Joel Rauber, que através da dilação conseguiu atrair para Jundiaí do Sul a primeira indústria do município.

O mesmo acontece com Siqueira Campos, com 85 industrias na cidade, que, juntas, geram pelo menos 6 mil empregos, o equivalente a quase um terço da população. Segundo o prefeito Luiz Antônio Liechocki, a dilação de imposto é o principal atrativo para os empresários de outras regiões do país.

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