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Veja os nomes mais usados no Brasil e no mundo |
Veja os nomes mais usados no Brasil e no mundo| Foto:
  • Na mesma sala de aula, três Gabrielas e três Lucas: há dez anos, nomes estão entre os prediletos

Entre as letras A e Z muitos pais se debruçam, às vezes durante nove meses, em busca de um nome para o filho que está por vir. E tanto tempo em cima dessa decisão não significa que a escolha será original. Só no ano passado, receberam o nome Gabriel 562 bebês que nasceram no Brasil e o nome Júlia (ou Giulia), 525 meninas. São eles que estão no topo do ranking dos nomes próprios mais usados no país, segundo o BabyCenter Brasil – site especializado em gravidez que fez uma pesquisa nacional a partir da opinião de 28 mil usuários da internet que se tornaram pais no ano passado. Em segundo lugar estão Artur e Sofia e, em terceiro, Mateus e Maria Eduarda. "No Brasil não existe nenhuma base de dados confiável sobre o tema. Por isso decidimos fazer a enquete", conta a editora do BabyCenter Brasil Fernanda Ravagni. O BabyCenter já é referência, internacionalmente, na contagem dos nomes próprios mais escolhidos em diversos outros países.

O significado do nome é a primeira coisa que os pais levam em conta. A Bíblia, por exemplo, é uma grande referência para os meninos: os prediletos são Gabriel, Mateus, Davi e Lucas. Para o sexo masculino também conta o fato de o nome ter boa sonoridade, ser curto e forte: entre eles, Artur, Miguel e Enzo. Para os dois sexos, a seleção também depende da simplicidade e da originalidade. "Este último quesito é um pouco contraditório. Os pais dizem que tentam dar um nome mais particular e original para o filho e, às vezes, escolhem um que eles nunca ouviram falar, normalmente porque não têm ninguém chamado assim na família ou no círculo de amizades. Mas, quando chegam à escola para matricular o filho, percebem que existem mais umas três ou quatro crianças na mesma sala e com o mesmo nome", explica Fernanda.

No Colégio Dom Bosco há um exemplo da quantidade de nomes repetidos. Em uma única sala de aula existem três Gabrielas e três Lucas. Eles nasceram há 10 anos – o que comprova que, desde aquela época até hoje, são nomes que figuram entre os prediletos – Lucas está em 5.º lugar no ranking de 2009 e Gabriela está na 12.ª posição. "Não me surpreendi com a repetição porque não levei em conta se era um nome original, mas sim, o que ele significava e se ele tinha boa sonoridade", conta a mãe Maria Beatriz de Castro Silva Bruce, que escolheu Lucas porque quer dizer "um ser iluminado". "É engraçado. Parece que o nome tem momento histórico. Meu marido se chama Roberto, mas é difícil encontrar hoje um bebê com este nome, assim como Ricardo", comenta Maria Beatriz.

Existe uma certa tendência para que, em determinadas épocas, alguns nomes sejam mais escolhidos do que outros, mas não há um estudo com credibilidade que explique o porquê desta mudança. "Os pais dizem, na pesquisa, que nome da moda não é um fator preponderante. Sa­­bemos que a novela influencia, por exemplo. Mas não é só isso. Às vezes o autor da própria novela percebe que tal nome está em ascensão e então escolhe colocar Miguel no personagem principal. Mas o autor já percebe antes essa tendência e ela aumenta quando o nome é popularizado", diz Fernanda. A pesquisa também mostra que os pais não levam em conta a lenda de que uma pessoa chamada de Gabriel, por exemplo, será necessariamente arteira. Já os estrangeirismos e os nomes complexos (escritos com letras dobradas), que estiveram em alta, estão cada vez mais em desuso. "Há pais que querem fazer do nome do filho um pinheirinho de Natal. Não podemos proibir, mas explicamos que a criança pode ter muitas dificuldades para escrever e soletrar o próprio nome e isso será para o resto da vida", afirma a auxiliar do cartorário do Cajuru Ana Carolina Oliveira.

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