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Presosforam ouvidos no Fórum de Foz do Iguaçu | Christian Rizzi - Agências de Notícias Gazeta do Povo
Presosforam ouvidos no Fórum de Foz do Iguaçu| Foto: Christian Rizzi - Agências de Notícias Gazeta do Povo

As investigações foram iniciadas há um ano, a partir de interceptações telefônicas

  • Operação em Foz do Iguaçu levou 30 pessoas para a prisão, entre eles, 13 policiais

Trinta pessoas foram presas nesta sexta-feira (16), em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, suspeitas de integrar uma rede que exigia propina de contrabandistas para liberar a entrada de mercadorias irregulares no país. Entre os detidos estão 13 policiais civis e um guarda municipal. O grupo cobrava R$ 50 para fazer vistas grossas ao contrabando de mercadorias, armas e drogas.

A Operação Desvio é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pretende cumprir 36 mandados de prisão. Cerca de 100 policiais civis e militares de várias cidades do estado trabalham na operação de cumprimento dos mandados. Alguns dos policiais detidos moram em Foz do Iguaçu, mas estavam lotados em Cascavel, também no Oeste, e na Lapa, na região de Curitiba. Apesar disso, esses agentes iam até a fronteira para atuar no esquema. Foram apreendidas armas e dinheiro.

As investigações foram iniciadas há um ano, a partir de interceptações telefônicas, mas, segundo o delegado do Gaeco, Alexandre Rorato, a rede atuava há mais tempo. Neste tempo, foram identificadas mais de 50 pessoas envolvidas no esquema. Além dos policiais civis, PMs, um guarda municipal e pessoas que atuavam como "olheiros" também faziam parte do esquema.

De acordo com o coordenador da Operação Desvio, Rudi Rugo Burkle, a rede mantinha um monitoramento de um ponto chamado "desvio" da Estrada Velha de Guarapuava, usada por contrabandistas como rota alternativa para fugir do posto policial de Santa Terezinha de Itaipu, da rodovia BR-277. Os "olheiros" eram responsáveis pelo controle da entrada e saída de carros das estradas.

Assim que eles identificavam veículos trafegando pelas estradas vicinais, comunicavam os policiais, que articulavam a abordagem aos criminosos. Entretanto, ao invés de efetuar a prisão dos envolvidos e de apreender a mercadoria irregular, os policiais que integravam a rede pediam dinheiro para liberar o comboio. De acordo com o Gaeco, o grupo cobrava R$ 50 por veículo. O dinheiro arrecadado pelos policiais era dividido com os olheiros.

Todos os presos foram ouvidos e encaminhados para a Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu. Eles devem ser denunciados pelo Ministério Público por formação de quadrilha, corrupção e concussão (cobrança de propina realizada por agente público). O MP também vai requisitar o afastamento dos policiais das funções.

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