• Carregando...
Garimpeiros da região de Tibagi protestam em frente à sede da Copel, em Curitiba | Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Garimpeiros da região de Tibagi protestam em frente à sede da Copel, em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Vão continuar acampados, em frente à sede da Copel no bairro Batel, em Curitiba, integrantes de um grupo de garimpeiros que pede indenizações por supostos danos causados pela construção da usina hidrelétrica de Mauá nas cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira, Centro-oriente do estado. Representantes do movimento reuniram-se com a empresa às 18 horas desta quarta-feira (17).

As negociações vão prosseguir na manhã de quinta-feira (18), quando eles podem desocupar o local - dependendo do desenrolar dos diálogos. Até lá, cerca de 200 pessoas (entre trabalhadores e familiares) permanecem com seus fogões e colchões em frente à empresa, na esquina da Avenida Batel com a Rua Coronel Dulcídio.

O advogado representante dos garimpeiros, Gabriel Granado explica que o grupo pede de indenizações que variam de R$ 150 mil a R$ 400 mil, além de verba alimentar e da concessão de uma área para garimpo.

A Copel, que confirmou ter recebido uma carta de reivindicações na tarde desta quarta, informou, via assessoria de imprensa, que ficou encaminhada uma audiência de conciliação a ser marcada no foro de Telêmaco Borba para tratar do assunto.

Licença

Um dos manifestantes, José Manoel Carretero diz possuir um alvará para pesquisa mineral, além de ser garimpeiro. "Os diamantes que ficaram perdidos lá daria para pagar várias usinas", argumenta sobre a riqueza que poderia ser extraída da área inundada.

Carretero alega não conseguir licença ambiental por parte do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) por falta de anuência do consórcio Cruzeiro do Sul, formado pela Copel e pela Eletrosul, que administra a área.

O IAP, via assessoria de imprensa, explicou que, para liberar qualquer atividade na região, é necessária a aprovação de um plano diretor do reservatório, que está em fase de debate e ainda deve passar por audiências públicas. Isso vale para a mineração e também para a construção de casas, piscicultura a outras atividades a serem realizadas no entorno. Além disso, o instituto só concede licença a quem já possui autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Entenda

Em agosto do ano passado, cerca de 50 garimpeiros que se sentiram lesados com o processo de implantação da usina de Mauá fizeram uma manifestação em Telêmaco Borba. Nessa terça (16), cerca de 200 pessoas, entre trabalhadores e familiares, protestaram em frente à sede da Copel, em Curitiba.

A gota d'água seria o cancelamento de uma audiência marcada para a semana passada (9) por parte da empresa. A Copel alega que desmarcou uma oitiva em que ouviria testemunhas, o que foi aceito pela Justiça, e que essas mesmas pessoas poderiam ser chamadas pela defesa dos trabalhadores. O advogado Gabriel Granado argumenta não poder chamar essas testemunhas por serem as próprias autoras do processo.

Inaugurada em 2012, a usina hidrelétrica de Mauá indenizou 165 garimpeiros em abril de 2011. As negociações foram definidas na Câmara Técnica de Empregados da Mineração, composta por entidades como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Defensoria Pública da União.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]