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Rio de Janeiro – O pré-candidato à Presidência da República pelo PMDB, Anthony Garotinho, anunciou em pronunciamento dramático uma greve de fome por tempo indeterminado. O ex-governador do Rio ocupa desde ontem à noite uma sala de 15 metros quadrados na sede regional do PMDB fluminense, no centro do Rio, onde terá acompanhamento médico. Ele promete ingerir apenas água.

Acompanhado da mulher, a governadora Rosinha Matheus, que estava bastante abatida, Garotinho convocou entrevista para anunciar a greve como "último recurso em defesa da verdade" e disse que o "sacrifício" só vai terminar quando for "instituída uma supervisão internacional no processo político eleitoral brasileiro, assegurando a igualdade de tratamento a todos os candidatos; com acompanhamento de instituições nacionais que tradicionalmente defendem a democracia".

Outra condição imposta para o fim da greve é "que os veículos de comunicação que nos caluniam cedam o mesmo espaço para que a população possa conhecer a verdade dos fatos". Garotinho citou como supostos caluniadores a "grande mídia", segundo ele "liderada pelas Organizações Globo e pela revista Veja – com o indisfarçável patrocínio do governo Lula". Procurada, a direção do jornal O Globo não quis comentar o assunto.

A greve deflagrada por Garotinho é uma resposta às denúncias veiculadas neste fim de semana na mídia, envolvendo seu nome e o da governadora Rosinha Matheus em supostas irregularidades vinculadas à pré-campanha pelo PMDB e à administração estadual.

O ex-governador leu o pronunciamento, direcionado "à nação brasileira", e não quis responder a perguntas de jornalistas, a quem foi distribuído o texto impresso.

"Desde o dia em que meu nome começou a se tornar uma opção de milhões de brasileiros contra o modelo neoliberal que vem destruindo a nação brasileira", disse Garotinho, como preâmbulo para várias referências à "campanha mentirosa e sórdida" que considera estar sofrendo.

Após o pronunciamento, o ex-governador deixou-se fotografar, ao lado da mulher e da filha Clarissa Matheus, na sala em que estará por tempo indeterminado.

O recinto, da presidência regional do PMDB, tem uma poltrona, um sofá-cama, tevê, computador e um frigobar que tinha apenas água. Os assessores de Garotinho não sabiam informar, após o pronunciamento, qual médico o acompanhará nos próximos dias, enquanto durar a greve de fome.

Hoje, um primo do ex-governador, a princípio, cumpriria a função.

A família deverá se revezar no acompanhamento do pré-candidato peemedebista. Segundo a assessoria, a greve de fome segue a chamada Declaração de Malta da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O documento estabelece regras para os médicos que tratam os grevistas de fome, que incluem o tratamento ao paciente, e procedimentos éticos, como a divulgação de informações para a família.

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