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Rio de Janeiro – Como se fosse um "reality show", a greve de fome do pré-candidato à Presidência pelo PMDB, Anthony Garotinho, está sendo acompanhada por fotógrafos e câmeras de teves através de uma porta de vidro.

A greve, iniciada às 17h15 de domingo, é uma resposta às denúncias de que algumas empresas que doaram R$ 650 mil à pré-campanha são de fachada e que outras são ONGs contratadas sem licitação pela Fundação Escola de Serviço Público (Fesp) e beneficiadas com repasses do governo.

Ontem, a governadora Rosinha Matheus (PMDB) anunciou a criação de uma comissão para apurar "todos os fatos relacionados à contratação e execução de serviços pela Fesp e pela Secretaria de Saúde".

Garotinho se mantém numa sala de 15 metros quadrados na sede regional do PMDB. Permanece a maior parte do tempo sentado em um sofá-cama. Dispõe de um pequeno banheiro com chuveiro e de um frigobar, onde há apenas água.

Drama

No espetáculo que se tornou a greve, o momento de maior dramaticidade foi quando a governadora, mulher de Garotinho, chegou acompanhada de seis dos nove filhos do casal, ao meio-dia. Outra filha, Clarissa Matheus, 23 anos, presidente da juventude do PMDB, estava lá desde as 9 horas. Garotinho, deitado no sofá da sala com a luz apagada, não se levantou para recebê-los. Em vez disso, todos se ajoelharam ao lado do sofá e rezaram. Depois, levantaram-se e abraçaram Garotinho.

Em outros momentos, a governadora voltou a encontrar o marido. Algumas vezes para acariciá-lo, em silêncio, outras para informá-lo da repercussão de seu protesto e para escrever com ele a nota lida no fim da tarde.

Às 10 h, Garotinho foi submetido a exame médico. Fez ecocardiograma, mediu a pressão, colheu sangue e se pesou. De acordo com o boletim divulgado por seu médico particular, Abdu Neme, ele estava "lúcido e orientado", com pressão 12 por 6 e pesava 88,2 kg, 700 g a menos do que quando iniciou a greve de fome.

A entrada no escritório, por jornalistas e pessoas com alimentos, foi proibida, para que ele não seja acusado de burlar a greve. No entanto, o controle não era rígido. Na sala de seus assessores, que têm uma porta de acesso à sala em que ele permanece, diversas pessoas entraram com sacolas e bolsas de todos os tamanhos.

Durante o dia, além da mulher e família, o pré-candidato recebeu o apoio de correligionários e políticos, mas nenhum grande nome do partido. O economista Carlos Lessa, responsável pelo programa econômico do partido, chegou às 11h15 para prestar solidariedade.

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