Brasília O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ganhar um opositor inesperado nas próximas eleições presidenciais. O PSC servirá como veículo político para que o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho critique Lula e seu governo durante a campanha presidencial. Liderado politicamente por Garotinho, que ainda é filiado ao PMDB, o PSC decidiu lançar candidato ao Palácio do Planalto, ocupando espaço no horário eleitoral gratuito. O candidato será Rogério Vargas, ex-presidente da Loterj (a loteria do Rio de Janeiro) e ex-secretário estadual de Administração na atual gestão da governadora Rosinha Matheus. A principal plataforma é clara: criticar diretamente o governo federal.
Garotinho responsabiliza Lula e o grupo do PMDB ligado ao governo federal pela implosão da candidatura presidencial própria do partido. Garotinho era um dos pré-candidatos do PMDB, mas acabou tendo sua pretensão batida pela decisão do partido em manter o partido fora da disputa. Por conta da verticalização, os principais líderes do PMDB preferiram não lançar candidato à Presidência para que pudessem fazer qualquer aliança nos estados.
Essa idéia foi bem recebida pelos aliados de Lula no PMDB, que avaliavam que o lançamento de uma candidatura própria causaria problemas à campanha do presidente.
Sem o PMDB ter candidato, as pesquisas indicam que Lula poderá se eleger já no primeiro turno. Quando o partido ainda estudava apresentar candidato, a presença de Garotinho nas pesquisas empurrava a definição da eleição para o segundo turno, entre Lula e o tucano Geraldo Alckmin.
O troco político de Garotinho contra Lula e seus aliados diretos já começa a mostrar seus efeitos. Além de reduzir o tempo eleitoral que ficaria disponível para Lula no horário eleitoral, a candidatura própria do PSC já implodiu a aliança que o partido tinha acertado em torno do deputado Agnelo Queirós (PC do B) para o governo do Distrito Federal.
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