Apucarana - O desfecho de um seqüestro surpreendeu ontem a polícia de Apucarana. O estudante M.A., de 11 anos, foi rendido quando saía do Colégio Padre Anchieta, no Jardim Trabalhista, por volta das 12 horas de segunda-feira. Desesperados, seus pais procuraram a polícia ao receber um telefonema dos seqüestradores, por volta das 18 horas, com um pedido de R$ 2 mil pelo resgate. A ligação foi feita para o celular do pai do refém e isso ajudou a polícia a monitorar um telefone público no Jardim Ponta Grossa. Pouco depois da 7 horas de ontem, no segundo telefonema, a PM rastreou a ligação e deteve os envolvidos: os irmãos J.C.M.O., de 15 anos, e J.O.J., 12.
O mais velho foi detido numa sala de aula do Colégio Estadual São Bartolomeu e o caçula em casa. A mãe deles, que trabalha como empregada doméstica, se disse estarrecida. "Nem sei o que dizer, eles ficam sozinhos em casa, pois seu pai morreu há mais de 10 anos", limitou-se a falar.
O menor seqüestrado ficou cerca de 22 horas em cativeiro improvisado na mata, amordaçado e preso a uma árvore. A dupla o ameaçou com uma faca e roubou sua bicicleta.
Libertado no fim da manhã de ontem, M.A. foi levado ao Hospital da Providência para receber cuidados médicos. Ele passou a madrugada ao relento e teve princípio de hipotermia, além de ter sofrido picadas de insetos. "Ele estava com muito frio e assustado porque sofreu muitas ameaças", detalhou o chefe do Serviço Reservado (P2), tenente Éldison Martins do Prado.
Com a detenção dos dois irmãos, o P2 desvendou outros três seqüestros. Nesses casos os reféns conseguiram se soltar e não houve registro de ocorrência.
Ao delegado Gustavo Tucci Nogueira os irmãos disseram que queriam juntar dinheiro para ir embora de Apucarana. A mãe deles revelou que veio de Londrina há pouco mais de três meses, justamente para tirar os meninos do convívio com marginais. J.C.M.O. tem passagens pela polícia por roubo de automóvel.
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