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Uma explosão causada por vazamento de gás provocou estragos em quatro apartamentos de um prédio de oito andares, ontem, no bairro Água Verde, em Curitiba. O incidente aconteceu por volta das 6h30 da manhã, quando a maioria dos moradores dormia. Não houve incêndio e ninguém ficou ferido. De acordo com a vistoria da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) da prefeitura de Curitiba, a estrutura do prédio não foi afetada, não havendo necessidade de evacuação do local. O condomínio teve o sistema de gás interditado e tem prazo de 10 dias para apresentar um laudo certificando que não há risco de novos vazamentos.

A proximidade entre a tubulação de gás e um duto por onde passam a fiação e os canos de água e esgoto dos apartamentos é apontada pela Cosedi e pelo Corpo de Bombeiros como a causa provável da explosão. "O gás ficou depositado no duto. Se não houvesse um espaço vazio para ele acumular, como determina a norma estabelecida para prédios mais novos, a explosão não ocorreria. Os moradores sentiriam o cheiro, mas o gás sairia para o ambiente", explica o engenheiro Jorge Castro, vistoriador da Cosedi.

Moradores do prédio afirmam que já vinham sentindo cheiro forte de gás há pelo menos quatro dias. "Chamei a empresa distribuidora para verificar se havia vazamento no meu apartamento, mas não acharam nada. O rapaz falou que podia estar vazando gás em outro andar", conta a aposentada Selma El-Khatibe, de 68 anos, moradora do 6.º andar, logo acima dos apartamentos atingidos.

O duto onde o gás ficava depositado fica na divisa entre a lavanderia e o banheiro da suíte, que foram as áreas mais atingidas dos apartamentos, chegando a derrubar parte da parede. "O maior risco, neste caso, foi de algum morador ser atingido por um estilhaço. Em um dos apartamentos, tivemos dificuldade de abrir a porta do banheiro, devido ao acúmulo de entulho lançado pela explosão", conta o tenente Leonardo Mendes dos Santos, relações públicas do Corpo de Bombeiros. Como o gás tem cheiro forte, explica o bombeiro, não havia um risco de morte por intoxicação, como acontece com o monóxido de carbono.

Sem susto

A dona de casa Futin Buffara Antunes, de 75 anos, dormia em um apartamento ao lado de um dos afetados pelo incidente. "Acordei com o barulho da explosão. Era um estrondo abafado, pensei que fosse alguma coisa fora do prédio, olhei pela janela e não vi nada. Só quando o porteiro passou avisando para todos descerem que eu soube o que estava acontecendo", relata. Somente a parte dos fundos do condomínio foi afetada, nos apartamentos da frente os moradores nem chegaram a ouvir a explosão. "Só percebi que havia alguma coisa diferente quando vi que estávamos sem luz e água", diz o aposentado Synval Stocchero, de 76 anos.

A aposentada Selma El-khatibe se assustou mais com a presença de vizinhos em seu apartamento do que com a explosão propriamente dita. "Acordei com a sensação de que minha cama tinha tremido, fui na janela e escutei as vizinhas comentando que estava tudo bem e voltei a dormir. Os vizinhos bateram na porta e, como não conseguiram me acordar, chamaram o chaveiro para abrir meu apartamento. O porteiro teve de bater na porta do quarto para me acordar. Todos estavam apavorados", conta ela. A síndica e os moradores dos apartamentos atingidos não quiseram dar entrevista.

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