Brasília Preso com o R$ 1,7 milhão usado na negociação do dossiê contra tucanos, o ex-agente da Polícia Federal Gedimar Passos disse ontem, em depoimento à CPI dos Sanguessugas, que foi ao hotel Ibis, em São Paulo, por ordem de Jorge Lorenzetti, chefe do chamado núcleo de inteligência da campanha de Lula. Ele não quis responder quem lhe repassou os recursos.
Gedimar é o quinto "aloprado", como Lula apelidou os envolvidos no caso ao tentar desvincular-se dele, a negar à CPI saber a origem do dinheiro.
"Eu já estou com a corda no pescoço. Eu não posso agora puxar a corda", disse ele em resposta ao deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que insistia em saber o nome de quem havia lhe repassado o dinheiro.
Num depoimento com muitas contradições, Gedimar contou que fora escalado por Lorenzetti apenas para avaliar a documentação, sem nunca terem conversado sobre pagamento. Ele disse, porém, que nas três ocasiões em que esteve com Luiz Antônio e Darci Vedoin, os dois pediram dinheiro.
Primeiro, o valor caiu de R$ 20 milhões para R$ 10 milhões e, depois, para R$ 2 milhões. Gedimar disse que reportou a Lorenzetti as exigências feitas pelos Vedoin, mas negou que tivesse havido negociação.
O delegado da PF Diógenes Curado está convencido de que foi Hamilton Lacerda quem levou o dinheiro para Gedimar. Lacerda foi flagrado pelas câmeras do hotel com a mesma mala identificada por Valdebran como a usada por Gedimar para levar o dinheiro.
No depoimento à PF, Gedimar havia identificado Freud Godoy, amigo e assessor especial de Lula que se afastou com o escândalo, como a pessoa que havia autorizado o pagamento. Depois voltou atrás, dizendo que havia sido coagido pelo delegado que o prendeu no hotel, Edmílson Bruno, a dar um nome de um importante petista.
Ontem, ele chegou a dizer que foi torturado pela PF. Disse que, ao ser levado para Cuiabá, foi preso numa cela do presídio Pascoal Ramos com água até os joelhos. Questionado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) se teria sofrido torturas também na PF de São Paulo, disse: "Todo mundo sabe que há dois tipos de tortura, a física e a psicológica".
Gedimar chegou exibir as canelas, para mostrar que contraiu um tipo de micose na cadeia em Cuiabá. Jungmann disse que os delegados Bruno e Curado deverão ser chamados a depor sobre a suposta tortura.
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