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Duas equipes do Hospital Universitário (HU) de Londrina, no Norte do Paraná, realizaram com sucesso a separação de gêmeos siameses, na última sexta-feira. Os bebês – do sexo masculino - têm cinco meses de vida e estão passando bem.

O procedimento deverá resultar em artigo científico uma vez que foi usada uma técnica nova durante os meses anteriores à cirurgia: ao poucos, a mãe realizou exercícios de fisioterapia que ajudaram no afastamento dos gêmeos. Ao todo, 19 profissionais fizeram parte da equipe cirúrgica.

Os bebês eram unidos pelo tórax, abdômen, fígado e pericárdio (membrana que reveste o coração). São siameses do tipo xifo-onfalópagos. Nasceram unidos porque a divisão do embrião foi incompleta. Neste caso, a união foi verificada durante a gravidez da mãe e acompanhada por médicos do HU. Após o parto, eles ficaram um tempo na UTI neonatal, mas logo receberam alta e foram para casa.

Fisioterapia

Dois meses depois do nascimento, iniciou-se os preparativos para a separação dos bebês, conforme explicou o cirurgião pediatra Lúcio Tedesco Marchese. Ele foi chefe de uma das duas equipes que comandaram a cirurgia. O outro médico é Fernando Costa.

"Houve um planejamento absoluto. O fato diferente neste caso foi o afastamento que os bebês foram submetidos. Com exercícios de fisioterapia, a mãe foi afastando (os bebês). Com isso, eles foram ganhando pele e parede muscular, dispensando a prótese para depois da separação e afastando o risco que há nestes casos de infecção", explicou o médico.

Os procedimentos pré-cirurgia duraram 1h30 e a cirurgia em si levou 2h30. A técnica inédita de separação foi filmada e transmitida simultaneamente para um grupo de estudantes e residentes de medicina e profissionais ligados a esse tipo de especialização.

Essa foi a terceira cirurgia de separação que Marchese fez em Londrina (em outros dois casos não foi possível a separação devido ao tipo de união dos bebês). A ocorrência de irmãos siameses é de 1 para cada 100 mil nascimentos, conforme o médico.

Marchese informou que os dois bebês passam bem e em breve devem receber alto do hospital. Os pais dos gêmeos não se identificaram e nem quiseram dar entrevistas. A última cirurgia deste tipo no HU foi feita há 20 anos.

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