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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Vários acusados já foram presos

No início deste mês, policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba prenderam um homem portando documentos falsos, cartões de crédito e talões de cheque. Ele fez o financiamento de uma moto em nome de terceiro, mas não conseguiu retirá-la da revendedora porque o proprietário da loja desconfiou e chamou a polícia.

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O que fazer para não ser lesado

Além do boletim de ocorrência, que pode ser feito em qualquer delegacia, vítimas do golpe do financiamento precisam procurar o Detran para comunicar o ocorrido. Feito isso, o próprio Detran abre um processo administrativo para analisar a veracidade das informações e, caso comprovado a fraude, é feito o cancelamento do registro do veículo, que é bloqueado. A pessoa também precisa abrir um processo judicial contra a financiadora para conseguir liquidar a dívida.

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Você já imaginou ser cobrado pelo financiamento de um carro que não comprou? O golpe do veículo financiado é assim: o automóvel é adquirido em uma instituição financeira com documentos falsificados e, quando a vítima descobre, o carro já sumiu. Em Curitiba, este tipo de crime tem ganhado proporções cada vez maiores. Só na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC), unidade da Polícia Civil especializada no assunto, foram registrados 30 boletins de ocorrência nos últimos dois meses. No Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná são atendidas, por mês, cerca de 12 vítimas.

O empresário Rodrigo Ribeiro ficou sabendo na semana passada que caiu no golpe. Uma funcionária da Finasa, empresa da organização Bradesco, ligou para ele perguntando quando pagaria a primeira parcela do empréstimo, que já estava vencida. "Na hora eu falei que deveria ser engano, porque eu não tinha comprado nada. Mas a atendente insistiu e disse que eu precisava ir à polícia, caso não tivesse feito o financiamento", conta.

Ribeiro arrumou uma advogada, pediu cópia do contrato para a financiadora e fez um boletim de ocorrência na Delegacia de Estelionato. No Detran descobriu que o carro comprado em seu nome é um Tempra Ouro, que custa em torno de R$ 12 mil. Este valor foi financiado em 36 vezes. "Não entendo como isso aconteceu. Eles liberaram um empréstimo em meu nome, mas eu já estava com restrições de crédito. Outra coisa estranha é que tudo foi feito em Blumenau (SC). Eu estive lá apenas uma vez, de passagem, porém não comprei nada e não tinha cadastro na financiadora", afirma. Com algumas buscas na internet, Ribeiro descobriu que o Tempra foi visto pela última vez em Brusque, cidade vizinha a Blumenau. O pedido de busca e apreensão do veículo já foi feito. "Estou preocupado. Como o carro está em meu nome, teoricamente sou eu quem respondo por atropelamentos e outros danos."

Crime comum

De acordo com o delegado-titular da DEDC, Marcus Vinícius Michelotto, é comum que as quadrilhas atuem, paralelamente, em mais de um estado. "Há um ano estou aqui e, neste período, posso lhe dizer que o registro deste tipo de crime tem sido comum. Aí você pergunta: esta prática acontece somente com quem já teve os documentos furtados? Normalmente não. As pessoas que vêm aqui fazer o boletim de ocorrência, em sua maioria, dizem que nunca perderam a identidade e o CPF", afirma.

Foi o que aconteceu com A.S, de 39 anos. "Sempre fui cuidadosa com minhas coisas e nunca tive o nome sujo. Agora o Detran me mandou duas cartas dizendo que eu tenho multas a pagar. Como pode? Eu não sei dirigir e nem tenho carro. Se você visse a favela onde eu moro, ficaria boquiaberta. Eu não tenho dinheiro para nada e não sei como o banco financiou um carro em meu nome." A.S. precisou contratar um advogado para resolver o caso. O empréstimo no nome dela foi feito pelo Banco Itaú, onde ela tinha uma conta-salário. Lá, eles financiaram um Celta quatro portas no valor de R$ 17 mil. Já as multas cometidas foram flagradas na cidade de Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado. "É um absurdo isso. Emprestaram um dinheiro aqui e já estão com o carro em outra cidade. Sabe lá onde este Celta vai parar. Não sei o que fazer. Quero muito me livrar desta conta. Você sabe o que é ir nas lojas e não poder comprar nada porque está com o nome sujo sem ter culpa?", questiona.

Uma das justificativas para tantos golpes, segundo o delegado Michelotto, pode estar na facilidade com que as pessoas conseguem crédito junto às instituições financeiras. O Bradesco, relacionado à Finasa, afirma que adota as orientações do Banco Central com relação à checagem da documentação exigida para a tomada de crédito. Por e-mail, a assessoria do Bradesco destaca que "a empresa tem uma área específica, com ferramentas e mecanismos, para evitar e identificar a suspeita de fraudes." No golpe que Rodrigo Ribeiro sofreu, o Bradesco diz que não foi possível detectar irregularidades na análise documental e na coleta de informações, porém se confirmada a fraude o cliente não sofre nenhum prejuízo. Já o Banco Itaú, também por meio da assessoria, explica que este tipo de adulteração é pontual e que ocorre independentemente das facilidades de crédito. Como a senhora A.S., citada na matéria, não foi identificada, o Itaú não vai se posicionar sobre o caso específico.

Para não cair neste tipo de ação de má-fé, as pessoas devem prestar atenção a quem fornecem os documentos pessoais. A falsificação pode acontecer de diversas formas. "Em uma compra à vista, por exemplo, não existe motivos para que o vendedor lhe peça os documentos para fotocopiar. Desconfie sempre que ocorrer isso", orienta o delegado Michelotto.

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