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São Paulo – O governador de Alagoas, Teotônio Vilella Filho (PSDB), pretende prestar depoimento como testemunha de defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no terceiro processo a que responde no Conselho de Ética do Senado – no qual é acusado de usar "laranjas" para a compra de um grupo de comunicação em Alagoas.

O depoimento, que deve ocorrer em sigilo, será prestado ao relator do processo no conselho, senador Jefferson Peres (PDT-AM). O senador pretende concluir as investigações sobre o caso até o dia 14 de novembro para apresentar o texto ao conselho.

Vilella foi arrolado como testemunha de defesa por Renan porque disputou o governo do estado com o usineiro João Lyra no passado – por esse motivo pretende afirmar ao conselho que as acusações do usineiro contra Renan foram provocadas pela disputa política local.

Renan está afastado do Senado há quase dez dias, em licença médica solicitada para realizar uma série de exames. A licença se encerra hoje, o que obrigaria o peemedebista a retornar aos trabalhos na Casa na semana que vem.

O presidente licenciado do Senado pediu afastamento do cargo por 45 dias no fim de setembro, mas se afastou por apenas dez dias do mandato na licença médica encaminhada à Casa Legislativa.

Depoimentos

Depois de ouvir na manhã de ontem depoimentos de duas testemunhas do terceiro processo contra Renan, Peres disse que ainda não tem conclusões sobre o suposto uso de "laranjas". Peres disse que os dois depoimentos "não acrescentaram muito" nas investigações do processo.

O economista José Hamílton Barbosa foi ouvido por Peres porque teria sido o contador da suposta empresa oculta firmada entre Lyra e Renan. Segundo Peres, o economista apenas confirmou a informação de que "todo mundo no jornal e nas rádios" supostamente compradas por Lyra e Renan sabia que o presidente do Senado era um dos sócios da operação de compra.

Outra testemunha ouvida por Peres – arrolada pelo próprio Renan – foi o juiz da 16.ª Vara Criminal de Maceió, Marcelo Tadeu Lemos de Oliveira. O juiz teria julgado acusações de assassinato e corrupção contra Lyra, o que na opinião de Renan desqualifica as denúncias do usineiro.

Peres afirmou, no entanto, que o juiz se limitou a detalhar os processos contra Lyra – sem apresentar informações concretas sobre as denúncias que envolvem Renan. Apesar de considerar os depoimentos pouco produtivos, o relator disse que não ficou "frustrado" porque não tem expectativas em relação ao processo.

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