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Brasília – Reunidos em Brasília, 16 governadores eleitos e dois vices de partidos aliados ao governo Luiz Inácio Lula da Silva discutiram ontem a portas fechadas uma agenda de crescimento e reivindicações, mas desistiram de apresentá-la publicamente para não comprometer a tentativa de aproximação do presidente com as siglas de oposição, especialmente com os governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).

Em seguida, foi o próprio presidente quem citou nominalmente Serra e Aécio, além da governadora eleita do Rio Grande Sul, Yeda Crusius (PSDB), e disse que pretende chamar o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE), para uma conversa no Planalto.

O encontro dos governadores, que seria uma prévia para definir uma pauta comum a ser levada a Lula, durou três horas. Reuniram- se os eleitos ou representantes de 18 estados. Discutiram pontos da reforma tributária (Lei Kandir, unificação da legislação do ICMS), reforma da Previdência e, sobretudo, a renegociação da dívida dos estados com a União.

Mas, atendendo um pedido do Planalto, os governadores da "base política" do novo governo Lula optaram por não formalizar suas reivindicações para evitar o risco de melindrar Serra e Aécio. O documento, segundo eles, ficou para uma próxima reunião, que deverá ocorrer após Lula encerrar o ciclo de conversas com os partidos e tende a ser bem mais ampla, o que poderá incluir os tucanos.

"Não achamos que era conveniente fazer uma agenda para colocar no pescoço do presidente. Percebemos que o tom ali não era de tirar documento, era político. Poderia ser interpretado como uma agenda de governadores da base e outra de oposição. Não é essa a idéia", explicou o governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT).

Lula disse que "aprendeu uma lição" nos últimos quatro anos de que não se deve montar um governo nomeando só os amigos. O conselho foi para os governadores aliados que assumirão o mandato pela primeira vez no próximo ano.

O presidente recomendou que, ao invés dos amigos, os governadores procurem as pessoas mais qualificadas, o que além de ser melhor para o país torna mais fácil a tarefa de se demitir quando o indicado não corresponde ao desejado.

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