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Ato na Praça Rui Barbosa tentou sensibilizar a população sobre as reivindicações do funcionalismo público federal | Antônio More/Gazeta do Povo
Ato na Praça Rui Barbosa tentou sensibilizar a população sobre as reivindicações do funcionalismo público federal| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Agentes da PF aprovam indicativo de greve

Antônio Senkovski, com Folhapress

O conselho de representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aprovou ontem de manhã um indicativo de greve da categoria. Os policiais pedem a saída do atual diretor-geral da PF, Leandro Daiello, a reestruturação salarial e da carreira. A categoria diz que está há três anos em negociação com o governo. "O governo poderia ter evitado a greve, nós estamos negociando há dois anos e meio. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão ficou de fazer uma proposta, mas apenas transferiu as datas desde o começo de julho. É pelo descaso com que o governo nos trata que a categoria está entrando em greve", disse o presidente da Fenapef no Paraná, Fernando Augusto Vicentine.

À noite, servidores da Polícia Federal fizeram uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, reivindicando preenchimento de cargos vagos na carreira. Durante a manifestação, eles acenderam 800 velas, uma para cada vaga.

A federação informou que os policiais devem realizar operações padrão nas fronteiras, aeroportos e portos. No Paraná, os agentes da PF farão uma assembleia amanhã para decidir se param já ou a partir da próxima semana. "Vamos manter só aquilo que for totalmente impossível de deixar de funcionar, o que significa plantão nas delegacias e a guarda dos presos. Emissão de passaportes, fiscalização em portos, aeroportos, nós vamos parar tudo", prevê Vicentine.

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  • Policiais federais fizeram vigília ontem à noite, em Brasília

O governo federal encerrou as negociações com os professores universitários ontem e vai encaminhar ao Congresso Nacional a proposta feita semana passada aos docentes, cujos pontos principais são um reajuste salarial entre 25% e 40% e redução do número de escalas para se chegar ao topo da carreira – de 17 para 13 níveis.

A oferta foi aceita pelo Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), mas rejeitada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que tem maior representatividade da categoria.

"A entidade que aceitou a proposta não representa a categoria docente. (...) Vamos ver quem tem mais força política junto à sociedade", disse Marinalva Oliveira, presidente do Andes. "O Proifes não é uma entidade que começou agora. É possível chegar a um acordo mesmo que não seja exatamente a que queremos", rebateu Eduardo Rolim, presidente do Proifes. A federação deve assinar amanhã o acordo com o Ministério do Planejamento.

Há duas semanas, a pasta fez a primeira oferta, que previa um reajuste mínimo de 12% e impacto total de R$ 3,9 bilhões (dividido entre os próximos três anos). Sem uma resposta positiva dos docentes, o governo fez uma segunda proposta, que aumentou em 7% o impacto total – subiu para R$ 4,18 bilhões.

O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Amaro Lins, afirmou que os professores "vão perceber que é melhor retomar as atividades e evitar prejuízos futuros." Ele acredita que já na próxima semana algumas instituições voltem à normalidade. O Sindicato Nacional dos Servidores Fe­­derais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que também participa da mesa de negociação, rejeitou a oferta do governo.

Paralisação

Apesar de greve, UFPR confirma data do vestibular

Denise Drechsel

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) confirma hoje, por meio de edital, as datas do vestibular 2013, mesmo depois do alerta dos servidores em greve de que o concurso será prejudicado com a paralisação. Sem trabalhar desde 11 de junho, os técnicos-administrativos da instituição colocaram em dúvida a realização do vestibular para sensibilizar o governo e a comunidade para as reivindicações da categoria, que pede principalmente um aumento salarial de 22%.

Se tudo caminhar como previsto, as inscrições do vestibular deverão ser feitas de 17 de agosto a 21 de setembro, as provas da primeira fase em 11 de novembro e as da segunda nos dias 9 e 10 de dezembro. Como o Núcleo de Concursos da UFPR funciona com servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), que não estão em greve, a logística do processo seletivo não seria comprometida, segundo a instituição. Além disso, a realização anual do vestibular conta com a contratação de cerca de 4 mil funcionários temporários e não de servidores federais. "Por enquanto a paralisação não interfere em nada, mas se a greve se prolongar por um tempo muito longo, teremos de reavaliar a situação", disse o coordenador do Núcleo de Concursos da UFPR, Raul Von der Heyde.

Servidores protestam por suspensão das negociações

Fernanda Trisotto

Além de o governo federal cancelar o diálogo com os professores em greve das instituições de ensino superior, as negociações com as demais categorias de servidores públicos do sistema federal seguem suspensas até meados de agosto. Por conta disso, servidores de diversas categorias em greve no Paraná fizeram um ato de protesto na Praça Rui Barbosa, em Curitiba, ontem.

Para eles, o adiamento desses encontros para a semana entre 13 e 17 de agosto é preocupante, já que as reivindicações das categorias estão sendo ignoradas e há o risco de os reajustes salariais não serem incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2013. Representantes dos servidores que atuam no Ministério da Saúde, universidades federais, agências reguladoras e institutos entregaram panfletos para a população explicando as razões da greve e o trabalho realizado por cada órgão.

Os trabalhadores têm uma pauta unificada de reivindicações, que concentram pedidos de reajuste salarial, realização de concursos públicos e melhoria das condições de trabalho. Além disso, cada categoria ainda possui uma pauta específica. Entre as causas para insatisfações, além do adiamento das rodadas de negociação, está a publicação do Decreto 7.777/2012, que prevê a realização de convênios entre estado e municípios para que haja substituição dos trabalhadores em greve em órgãos como a Anvisa.

Para Maria Kobylarz, que representa o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) no Paraná, a medida é descabida. "Realizamos um serviço complexo, que requer treinamento. Não é possível fazer esse tipo de substituição."

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