Decreto assinado pelo presidente Lula no início de janeiro gerou uma série de restrições a CACs| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo / Arquivo
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Em portaria assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o governo determinou que todas as armas de uso permitido e restrito adquiridas após maio de 2019 deverão ser registradas no sistema da Polícia Federal, o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), em um prazo de 60 dias. A contagem do prazo inicia nesta quarta-feira (1°), data em que a portaria com as determinações foi publicada.

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As armas de uso permitido poderão ser registradas de forma eletrônica pelo site da PF. Por outro lado, proprietários de armamento de uso restrito terão que fazer o registro eletrônico e, posteriormente, apresentar o equipamento mediante agendamento prévio nas delegacias da Polícia Federal portando a comprovação do registro no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (SIGMA), do Exército.

De acordo com a portaria, o proprietário de armas que não proceder com o registro estará sujeito à apreensão do equipamento e poderão responder por posse e/ou porte ilegal. O documento também menciona que proprietários que desejarem se desfazer das armas poderão entregá-las nos postos de coleta da campanha do desarmamento que serão disponibilizados pelo governo.

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Governo Lula dificulta acesso a armas

No primeiro dia de governo, o presidente Lula (PT) anunciou um decreto para limitar o acesso a armas e munições no país, suspendendo a concessão de novos certificados de registro (CR) a caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). O decreto também restringiu a quantidade de armamento e munições que podem ser registradas por pessoa e suspendeu a possibilidade de registrar novos clubes e escolas de tiro. O Exército também não poderá mais autorizar qualquer tipo de nova aquisição de armas e terá que interromper os processos de aquisição que estavam em andamento.

À Gazeta do Povo, o deputado federal eleito Marcos Pollon (PL-MS), advogado especialista em legislação sobre armas, afirmou que a mudança poderá levar à falência clubes de tiro e lojas de armamento. “Sacrificam em torno de 3 milhões de empregos sem ouvir absolutamente ninguém”, diz, em referência ao número de pessoas que trabalham em lojas de armas e clubes de tiros no Brasil hoje. "Não é democrático você começar o ano colocando 3 milhões de pessoas na rua.”

Além disso, as restrições podem impactar o tiro esportivo brasileiro, modalidade que deu ao Brasil a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Por conta do impacto negativo que restringe o acesso ao esporte e prejudica as lojas de armas, parlamentares também protocolaram projetos para tentar barrar o decreto de Lula.