Governo põe câmeras e não avisa prefeitura

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Com a promessa de aumentar a segurança de comerciantes, moradores e visitantes do Largo da Ordem, em Curitiba, o governo do estado inaugurou ontem a sede do Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária no prédio Belvedère, na Praça João Cândido, em frente das ruínas do São Francisco. O local contará ainda com um posto policial, que terá 16 câmeras de vigilância para monitorar a região do Largo São Francisco, e abrigará o Programa de Resistência às Drogas (Proerd). O prédio também terá um posto de informações turísticas.

A ideia é que as 16 câmeras se somem às cinco mantidas pela prefeitura de Curitiba para monitorar a região do Largo da Ordem, já que existe a possibilidade de uma central mandar o sinal para outra. Apesar da promessa, o secretário municipal de Defesa Social, Itamar dos Santos, disse que até sexta-feira a prefeitura não havia sido informada sobre a instalação das câmeras e não fazia ideia das ruas e da localização dos equipamentos.

Na avaliação de Santos, não havia necessidade de mais câmeras, já que a polícia tem acesso às imagens das cinco mantidas pela prefeitura. Os equipamentos da prefeitura ficam no Centro Integrado de Monitoramento Eletrônico, na Praça Osório. "As que existem no Centro Histórico são suficientes. Claro que elas (as 16 novas) são bem-vindas, vão aumentar a segurança do cidadão. Mas, com as que temos, fazemos um bom trabalho com a Guarda Municipal, a Polícia Militar e a Civil", afirmou Santos.

Segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo José de Oliveira, as novas câmeras vão captar imagens de áreas atualmente sem cobertura. "A prefeitura tem câmeras, mas as nossas vão cobrir áreas que estão descobertas. Na central da prefeitura há policiais militares que estão em conexão com os nossos aqui. E também no Ciosp (Centro de Integrado de Operações de Segurança Pública), há agentes da guarda municipal", disse.

O comandante da comunicação social da Polícia Militar, Everon Cesar Puchetti Ferreira, disse que a prefeitura não foi informada porque os locais exatos de cada câmera ainda não foram escolhidos, mas que município e estado farão um trabalho conjunto. "Quando acontecer algo naquela região, as duas centrais que monitoram os equipamentos da prefeitura e do governo vão se comunicar e decidir quem vai atuar. Dependendo do caso, pode ser a Guarda Municipal ou a Polícia Militar", afirmou.

As câmeras da prefeitura foram instaladas em março de 2008 e, segundo o secretário municipal de Defesa Social, a criminalidade na região diminuiu, embora o balanço passado pela polícia mostre que, entre abril e setembro do ano passado, a média na região foi de 63 detenções. Somente em outubro o número teria caído pela metade. Neste ano, até o mês de março, apenas uma pessoa foi detida nos locais vigiados pelas cinco câmeras da prefeitura.