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Brasília – O chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, admitiu ontem que a disputa pelo comando da Câmara entre o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deverá chegar ao plenário, no dia 1.º.

No Palácio do Planalto, Genro disse que, sem a desistência de Rebelo ou Chinaglia, a preocupação agora do governo é evitar a repetição da "síndrome Severino", uma referência à derrota, em 2005, para o ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE).

Na noite de segunda-feira, ele reuniu-se com os presidentes dos 11 partidos da base de coalizão do mandato, que contam com cerca de 350 dos 513 deputados, para ouvir a opinião deles sobre a sucessão na Câmara.

"Reiterei a eles que, em nenhum momento, havia manifestado preferência qualitativa por qualquer dos nomes e interferido na decisão dos partidos", disse. "Houve um consenso que, no limite, a base pode, civilizadamente, ter dois candidatos, sem que haja nenhum tipo de ruptura nas relações políticas."

Genro afirmou que tanto a administração federal como as legendas da base estão atentas para o surgimento de uma eventual terceira candidatura, que polarize com o candidato aliado. "Se tiver um terceiro candidato, pode ocorrer a síndrome Severino", disse. "A forma com que ele (Severino) foi eleito determinou uma profunda instabilidade interna na instituição e na relação do Executivo com o Legislativo", ressaltou. "Mas, se aparecer um candidato que represente um perigo, tenho certeza de que isso criaria uma cultura de bom senso, rapidamente, para a unidade."

De nada adiantaram as tentativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, nas últimas semanas, para evitar que o presidente da Câmara e o candidato do PT de São Paulo a presidente da Casa estendessem a disputa. Lula, desde o início, sempre demonstrou preferência por Rebelo, mas evitou barrar a candidatura de Chinaglia.

O chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República negou que o Poder Executivo trabalhe pela candidatura do presidente da Casa. Também disse não ver a mão do ex-deputado José Dirceu (PT-SP) no lançamento da candidatura petista.

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